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"Margarida", tubarão Mangona que está entre as estrelas do aquário, passa pertinho dos visitantes.
"Margarida", tubarão Mangona que está entre as estrelas do aquário, passa pertinho dos visitantes. | Foto:

O AquaRio é um aquário marinho inaugurado em novembro do fim do ano passado na zona portuária do Rio de Janeiro. Fica na região do Porto Maravilha, um projeto de revitalização urbana que transformou a área para a Copa do Mundo e a Olimpíada. O lugar é alcançado pelo VLT Carioca — o Veículo Leve sobre Trilhos, que começou a operar no ano passado.

O Aeroporto Santos Dumont é o ponto inicial da linha azul, que a reportagem do Viver Bem usou para chegar ao AquaRio na última terça (15). São cerca de 15 minutos de trajeto, passando por regiões importantes do Centro do Rio.

Embora seja preciso comprar um cartão (R$ 3) e colocar créditos para circular (a tarifa custa R$ 3,80), o VLT parece ser o jeito mais simples para ir do aeroporto até o AquaRio— toda a operação de compra é rápida e feita num terminal de autoatendimento, que aceita cartão de débito e dinheiro (mas não dá troco). Você fica conhecendo uma área nova de interesse turístico do Rio junto com a visita ao aquário, que é diferente de qualquer outra atração da cidade — o AquaRio é o maior da América do Sul e o único do tipo no país.

Ciência

A ênfase do AquaRio na ciência pode ser percebida logo no hall de entrada do aquário, que é decorado com uma ossada de uma baleia jubarte. A carcaça do animal, que tinha dez anos de idade, foi encontrada em 2014 na Praia da Macumba e preparada para a exposição.

Ossada de uma baleia jubarte no hall de entrada do AquaRio.
Ossada de uma baleia jubarte no hall de entrada do AquaRio.

Em um dia de semana, como foi o caso da minha visita, é normal cruzar com excursões escolares indo e vindo pelos circuitos enquanto pequenos grupos de crianças aprendem sobre biologia marinha com monitores distribuídos nas “grutas”.

A educação é um dos pilares do AquaRio, junto com a pesquisa e a conservação, conforme planejou o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor-presidente do AquaRio.

“Em um equipamento como esse, de primeiro mundo, algumas dessas crianças talvez sejam transformadas, captadas para a ciência”, idealiza, em uma conversa com a reportagem em um café instalado dentro do complexo.

Passeio

A experiência é de fato fascinante, não só para as crianças. A visita começa passando por tanques que parecem ter sido organizados para irem revelando animais cada vez mais interessantes, desde águas-vivas e moréias até as espécies que fazem a criançada vibrar ao serem reconhecidas das animações Procurando Nemo e Dory.

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O aquário tem 350 espécies espalhadas em 28 tanques. Há espécies de regiões como a costa do Caribe e do Indo Pacífico.

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O maior espetáculo, no entanto, começa na chegada ao Tanque Oceânico, um colosso de 7 metros de profundidade e 3,5 milhões de litros de água habitado pelas principais estrelas do aquário — os tubarões Sharon (da espécie Lambaru) e Margarida (um tubarão Mangona) e o badejo-quadrado “Giorgio”, que tem 40 quilos.

Uma longa parada na arquibancada em frente ao enorme painel de acrílico do tanque para observá-los e assistir ao movimento majestoso das raias pode ser um dos pontos mais interessantes da visita, já que não é tão disputado quanto o que vem a seguir.

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Trata-se de um túnel de acrílico que atravessa o fundo do tanque e é cercado pela atividade dos animais. É o ponto da visita que produz as cenas mais fantásticas pela proximidade com os bichos — e, naturalmente, a maior disputa pelos melhores ângulos de selfies. A sensação é de estar embaixo d’água com eles.

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O momento mais esperado acontece a cada passagem da Margarida, que desfila o tempo todo pelo tanque seguida por um cardume de xaréus e levando rêmoras de carona.

"Margarida" encontra a reportagem do Viver Bem.
"Margarida" encontra a reportagem do Viver Bem.

Mais à frente, perto do fim, há tanques de toque que permitem que os visitantes coloquem as mãos em raias e tubarões, mas que não ficam sempre abertos para evitar o estresse dos animais. Foi em um destes momentos de pausa que passei por lá, mas não posso dizer que estivesse ansioso pela experiência.

A visita termina em uma lojinha simpática, com todo tipo de souvenir e uma espiada em um laboratório estrategicamente instalado à vista dos visitantes.

Szpilman faz questão de reforçar a contribuição científica que o aquário vem produzindo ao sediar pesquisas em parcerias com universidades — uma delas, relacionada ao branqueamento de corais, já apresentou resultados que começam a ser usados em outras partes do mundo.

“O AquaRio nasceu, foi idealizado e implantado como um equipamento focado em educação, pesquisa e preservação, o tripé do bom aquário. Ele também pode ser um belo equipamento de turismo, cultura, entretenimento e lazer. Mas não foi construído somente para isso. Quando é feito apenas para ser entretenimento, acaba caindo no vazio”, diz.

Pátio Batel

Um dos recursos interativos do aquário, a Realidade Aumentada, pode ser conhecido na loja que o AquaRio abriu no Piso L3 do shopping Pátio Batel — o primeiro espaço de divulgação do aquário criado fora do Rio de Janeiro.

Loja do AquaRio no Pátio Batel. Foto: Ricardo Oliveira/Divulgação
Loja do AquaRio no Pátio Batel. Foto: Ricardo Oliveira/Divulgação| MAIS BRASIL

Segundo Szpilman, a ideia é atrair mais turistas para a atração, que hoje é conhecida e frequentada sobretudo por cariocas. “Em oito meses e meio, chegamos a 1 milhão de visitantes, o que superou todas as expectativas do plano de negócios. E existe potencial de crescimento ainda maior.”

Além das visitas, já começaram a funcionar atividades para crianças como o projeto “Dormindo no Aquário”, que vai permitir que os visitantes passem uma noite nas instalações. Entre os planos para o futuro está o oferecimento de mergulhos no Tanque Oceânico, junto com “Sharon” e “Margarida”.

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“Precisamos desmitificar o tubarão”, diz Szpilman, demonstrando carinho pelos animais. “É uma figura muito mal interpretada.”

Serviço

O AquaRio fica na Praça Muhammad Ali, no bairro da Gamboa, em frente aos Armazéns 7 e 8 do porto. Os ingressos custam R$ 80 e R$ 40 (meia-entrada para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, estudantes, idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.

*O repórter viajou a convite do shopping Pátio Batel.

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