Turismo

O que fazer em Áurea, a “Polônia brasileira”

Agência RBS
27/04/2017 18:00
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(Fotos: Divulgação / Prefeitura de Áurea)

Áurea, localizada no norte do estado gaúcho, é a cidade com mais poloneses do Brasil. De Curitiba, são quase 7h30 de viagem de carro, percorrendo mais de 500 km, que podem ser seguidos pelas BRs 376, 476 e 116, seguindo pela RS-135 até a cidade. As atrações vão desde um turismo religioso ao gastronômico e as tradições polonesas permanecem firmes na cidade.
O roteiro começa pela igreja Nossa Senhora do Monte Claro, onde a estátua do papa João Paulo II, um polonês, recepciona os fiéis. E não é por acaso, já que religião é uma das marcas mais fortes da cultura polonesa, de maioria cristã. Na paróquia, ninguém entra sem comer o pão no sal. O gosto pode não ser muito bom, mas quem vai recusar abundância e felicidade? É o que representa esse ritual praticado há séculos.
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Áurea)
(Foto: Divulgação / Prefeitura de Áurea)
Falando em séculos, o município, de menos de 4 mil habitantes, tenta manter viva as tradições passadas de geração em geração. “A gente sabe que, na vinda da Polônia para cá, muitos desses costumes se perderam. Agora, estamos conseguindo resgatar essa cultura, essa história que ficou perdida”, comenta o prefeito, José Antônio Slussarek.
Uma das maneiras de preservar a memória dos antepassados é por meio do turismo. Por isso, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) criou o projeto Caminhos Poloneses. “O turista que vier para cá conhecer os Caminhos Poloneses poderá optar pela Trilha do Imigrante ou o pelo Resgatando a História, cada um com suas peculiaridades”, explica a coordenadora do projeto, Ligia Maria Wencelewski.
Em Áurea, as tradições  polonesas permanecem vivas (Foto: Divulgação / Prefeitura de Áurea)
Em Áurea, as tradições polonesas permanecem vivas (Foto: Divulgação / Prefeitura de Áurea)
A proposta de ambos é de que o turista visite a casa de famílias de origem polonesa para conferir de perto os costumes dos polacos. No roteiro Trilha do Imigrante (R$ 50, com refeições), que começa cedinho, o visitante é recebido para o sniadanie, que em português significa café da manhã. O nosso foi na casa dos Macioroski, servido sob árvores da propriedade. A mesa é farta, e precisa ser assim mesmo – na Polônia, o café é reforçado, já que o almoço só vai ser servido lá pelas 14h, 15h.
Como não adorar um roteiro que começa com pães, geleias, chás e cafés? E não são só as comidas que são típicas por lá, mas as roupas também. O estilo varia conforme a região da Polônia de que veio a família.
Outro lugar cheio de significados é o museu João Modtowiski, que fica na área central de Áurea e reúne objetos trazidos pelos imigrantes no início do século passado. Tem imagens sacras, materiais da agricultura e até aparelhos eletrônicos doados pelas famílias. Em uma das salas, há um acervo de 500 obras, algumas raras, escritas há mais de 200 anos. O espaço também serve como centro de pesquisa para historiadores, já que a cidade é considerada a capital brasileira dos poloneses.
“Todos os historiadores e pesquisadores da Polônia ou de outros lugares que vêm sempre visitam Áurea para fazer seus trabalhos”, diz o curador do museu, Artêmio Modtowiski.
A parada para o almoço é na casa da família Petkovicz. Eles têm uma tradição: não se sai da propriedade sem saber, pelo menos, uma nova palavra em polonês. Eu aprendi várias, como pierogi (pastel) e golabik (charuto de repolho).

Comida típica e muita diversão na “Polônia” no Brasil

A última parada foi na casa dos Trezinski, onde, logo na entrada, é servido um aperitivo de boas-vindas, em uma folha de uma planta alimentícia com queijo, um prato típico. Depois, a gente se reuniu ao redor de uma fogueira, chamada de ognisko. Antes de acender a chama, foi feito um brinde com vodca artesanal armazenada em um bloco de gelo. Ali, cada um assou a própria linguiça em um espeto de taquara.
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