Turismo

Ilha de Punta del Este, no Uruguai, conta a história do país de maneira inusitada

Redação
17/02/2018 17:00
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Pertinho da costa uruguaia, a ilha acaba de ganhar nova sinalização para auxiliar os turistas. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação

Se você entrar em um barco no porto de Punta del Este com destino à Ilha Gorriti, em 15 minutos estará desembarcando em um dos pedaços mais cheios de história do Uruguai. Para fomentar o turismo nos 21 hectares da ilha, o Ministério do Turismo uruguaio agora está inaugurando outdoors que ajudam a contar essa história.
Todos os caminhos da ilha podem ser facilmente percorridos a pé. Logo no desembarque, a Playa Honda recebe os visitantes que vêm para um passeio rápido ou para passar o dia. Os roteiros também passam por uma floresta de pinheiros e eucaliptos. Os tamarizes – pequenos arbustos com folhas parecidas às dos pinheiros e que têm origem africana – completam a paisagem. A nova sinalização também fala aos turistas sobre essas plantas e sobre a fauna e a geografia locais.
Puerto Jardín, por sua vez, é o lugar perfeito para praticar esportes náuticos. Quem quer fugir do agito de Punta del Este costuma aportar no local com veleiros e iates, em busca da tranquilidade que a ilha oferece. De acordo com a Uruguay Natural, agência do Ministério do Turismo uruguaio, Gorriti também é um bom lugar para a pesca do sargo.
Veleiros e iates são comuns na ilha. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
Veleiros e iates são comuns na ilha. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
A entrada na ilha custa 350 pesos uruguaios (por volta de R$ 40). Quem vai para passar o dia pode aproveitar os hambúrgueres e refrigerantes vendidos em um parador que funciona por lá até o final de fevereiro. Com o fim da alta temporada, a lanchonete fecha e só volta a abrir no próximo verão. A melhor alternativa, portanto, é levar um isopor com seus próprios alimentos e bebidas. Essa é a prática da maioria dos visitantes.

Histórias

Não é à toa que a Ilha Gorriti é Patrimônio Histórico Nacional do Uruguai. Antigamente frequentada por piratas, hoje ela guarda as lembranças dessa e de outras épocas. Ali já funcionaram uma prisão e o “cemitério dos ingleses”. A princípio, era nessa ilha que os marinheiros que morriam nas proximidades eram enterrados. Mais tarde começaram a ser enterrados ali todos os não-católicos – principalmente os anglicanos que vinham trabalhar para a Companhia Marítima Imperial. Naquela época, só seguidores da fé católica podiam ser sepultados nos cemitérios públicos. Em 1892, as tumbas antes localizadas ali foram trasladadas para o cemitério de Maldonado, no continente.
Canhões são resquícios do passado cheio de história. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
Canhões são resquícios do passado cheio de história. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
O nome “Gorriti” foi herdado de outro fato histórico. No século XVIII o espanhol Francisco Gorriti, capitão de Montevidéu, ficou preso na ilha durante um ano, depois de se recusar a colaborar com uma expedição militar contra os povos charruas e minuanos. Essas duas etnias começaram a povoar a região em que hoje é o Uruguai por volta do ano 11000 a.C. e foram dizimadas em batalhas contra os colonizadores. Em 1771, a prisão de Gorriti acabou rebatizando a ilha, que antes já tinha se chamado “Las Palmas”.
Toda a sinalização feita pelo Ministério do Turismo do Uruguai está em espanhol e inglês. Para visitar a Ilha Gorriti basta pegar um barco no porto de Punta del Este. As embarcações saem a cada meia hora e a viagem dura aproximadamente 15 minutos. Reservas pelos telefones (+598) 4432 66 65; 4244 – 4750;  094 – 410 – 899 e 099 – 545 – 847.
Com 21 hectares, a ilha é ótima para quem quer passar o dia longe da agitação de Punta del Este. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
Com 21 hectares, a ilha é ótima para quem quer passar o dia longe da agitação de Punta del Este. Foto: Ministério do Turismo do Uruguai/Divulgação
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