Turismo

Intercâmbio depois dos 50 anos: nem precisa dominar outro idioma

Estadão Conteúdo
17/04/2017 09:00
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(Foto: Bigstock)

A ideia de que a população com mais de 60 anos quer mais que plano de saúde e cruzeiro de navio quando se aposenta foi comprovada. Em 2015, quando a operadora de turismo CVC decidiu apostar em viagens de intercâmbio para aprender idiomas novos, ela focou em um público com idade entre 18 e 24 anos, mas não foram eles quem mais buscaram os pacotes – foram os clientes com mais de 50 anos.
“Para minha surpresa, os clientes com mais de 50 anos representaram 8% das vendas de intercâmbio”, diz Santuza Bicalho, diretora da Unidade de Intercâmbio do Grupo CVC.
Querendo saber um pouco mais desse público, a executiva começou a ligar para as lojas onde as vendas dos pacotes tinham sido feitas. Os clientes relataram que, quando jovens, não tiveram condições de fazer um intercâmbio e agora estavam realizando um sonho antigo. Além disso, a ideia de passar várias semanas numa mesma cidade, aprendendo uma língua e morando numa casa de família atraía esse público.
Uma das maiores surpresas ocorreu quando a operadora vendeu uma viagem de intercâmbio de três semanas para o Havaí (EUA) para duas senhoras na faixa dos 70 anos que moravam em Brasília. Além do curso de inglês, o programa incluía surfar nas ondas do Pacífico.
Apesar da crise, a procura de intercâmbio por quem tem mais de 50 anos vem se mantendo, disse Santuza. “A crise não abalou o mercado porque pessoas mais velhas têm um comportamento anticíclico.”
Até mesmo a perda de emprego acaba funcionando como impulso para viagens de intercâmbio para o público mais velho, pois funcionam como um programa de reciclagem profissional. “Esse é um filão que pode ser muito explorado”, disse Santuza.
Apesar de 80% do clientes demandarem curso de inglês, a operadora criou roteiros que envolvem ioga, fotografia e degustação de vinhos.
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