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A profissional de hotelaria Rafaela Medeiros escolheu a Índia para fazer um curso de inglês de quase um ano. Foto: Arquivo Pessoal
A profissional de hotelaria Rafaela Medeiros escolheu a Índia para fazer um curso de inglês de quase um ano. Foto: Arquivo Pessoal| Foto:

Canadá, Austrália, Estados Unidos, Irlanda e Inglaterra são os países mais buscados para intercâmbio, de acordo com Thiago Espana, CEO da World Study, agência especializada em enviar brasileiros para estudar no exterior. Os motivos são variados. “Os Estados Unidos estão desde sempre no ideal de todos quando se fala de intercâmbio, além de ter universidades super conceituadas. Canadá, Irlanda e Austrália têm um diferencial que é a permissão para trabalhar enquanto estuda”, explica.

Estudar fora nos países mais cobiçados, porém, exige planejamento e uma boa reserva financeira, mas existem opções mais baratas quando se escolhe países mais, digamos, alternativos ou diferentes dos mais procurados.

Naturalmente, os valores de um intercâmbio podem subir ou descer de acordo com inúmeras variáveis. A duração dos cursos, o tipo de acomodação, o custo de vida no país de destino e os preços das passagens aéreas são apenas algumas delas. Mas em lugares como a Índia a experiência realmente pode sair mais em conta que no Canadá ou na Austrália.

Espana diz que muitas das pessoas que buscam um intercâmbio para lugares menos convencionais são mesmo “aquelas que querem ter uma imersão maior na língua do país, procurando o menor contato com brasileiros. Vale ressaltar que, normalmente, as pessoas buscam estudar inglês nesses destinos inusitados. A escolha pelo país é mais pela experiência em si e não pelo idioma do local”. Mas há outros perfis.

Há quem já tenha feito viagens para lugares mais populares e queira diversificar. E há quem, , tenha apreço pela cultura ou por atividades muito praticadas nesses lugares, “por exemplo, ter aulas de ioga e meditação na Índia ou mergulhar em Malta ou no Chipre”.

Os cursos de inglês por lá custam menos que nos Estados Unidos, por exemplo. Segundo Espana, enquanto quatro semanas de aulas em Boston saem por R$ 4250, o mesmo período na Índia custa apenas R$ 2425.

Imersão

Quando a estudante Isadora Cezarini, então com 16 anos, escolheu o Japão para cursar parte do ensino médio, muita gente se preocupou. “Quando eu contava que estava indo, a maioria das pessoas falava coisas como ‘será que você vai se acostumar?’, ‘ouvi dizer que os japoneses são muito fechados’, ‘você vai aguentar mesmo um ano?’, ‘você vai gostar da comida?'”, conta. Fã da cultura japonesa, ela avalia que essa foi a maior dificuldade que teve em toda a experiência da viagem.

O estranhamento vem, em parte, porque o Japão não está entre os destinos mais populares para vivências prolongadas no exterior. O mesmo acontece com vários outros países. Um deles é a Índia, para onde a profissional de hotelaria Rafaela Medeiros, 26, embarcou em outubro do ano passado. A ideia era estudar e praticar o inglês, mas a motivação para a escolha do destino também passou por vivenciar uma cultura diferente e pelas vantagens financeiras.

 

Isadora Cezarine fez o ensino médio no Japão. Foto: Arquivo Pessoal
Isadora Cezarine fez o ensino médio no Japão. Foto: Arquivo Pessoal

Como são destinos muito populares no Brasil, esses países costumam atrair muitos brasileiros. Trata-se de uma espécie de efeito dominó: haver muitos brasileiros morando em um determinado lugar significa maior facilidade de adaptação ao idioma e modo de vida locais. Mas o que parece vantajoso em princípio pode, na verdade, atrapalhar a experiência. Espana afirma que ficar longe de outros brasileiros é justamente o que leva as pessoas a optar por destinos menos badalados. O menor contato com conterrâneos força um aprendizado mais rápido e profundo da cultura e da língua.

Isadora, agora com 18 anos, ficou no Japão entre 2016 e 2017. Foto: Arquivo Pessoal
Isadora, agora com 18 anos, ficou no Japão entre 2016 e 2017. Foto: Arquivo Pessoal

Experiências únicas

“Sempre tive interesse na cultura japonesa. Quando eu era pequena, gostava de ver as roupas e os festivais, jogar jogos japoneses e achava o alfabeto interessante. Na pré-adolescência eu era muito apaixonada por animes e mangás – apesar de não curtir mais, até hoje a minha maior paixão é desenhar em estilo anime”, diz Isadora. A paixão por tudo o que envolvia o Japão acabou ajudando a estudante a tomar a decisão de passar um ano por lá.

Para Rafaela, por sua vez, foi o oposto. A falta de identificação com a cultura indiana pesou a favor do país. “Escolhi a Índia por ser um país barato e diferente. Este é um lugar que te surpreende a cada minuto. Todos os seus sentidos são explorados ao máximo, todos os dias. Também não se encontram muitos brasileiros, o que faz você praticar muito o inglês.”

Embora a adaptação inicial seja mais difícil em situações assim, em que o choque cultural é muito intenso, ela garante que os resultados valem a pena. “No começo é um pouco difícil se adaptar à comida super picante, à poluição extrema, à sujeira e à quantidade de informação visual. Trânsito, vacas, macacos, pedestres, insetos e por aí vai. Mas, depois de algum tempo, você percebe que o país é incrível e que tudo faz muito sentido aqui.”

Rafaela conta que, no início, foi difícil se adaptar ao aparente caos indiano, mas, depois, tudo passou a fazer sentido. Foto: Arquivo Pessoal
Rafaela conta que, no início, foi difícil se adaptar ao aparente caos indiano, mas, depois, tudo passou a fazer sentido. Foto: Arquivo Pessoal

Chipre

Membro da União Europeia desde 2004, o Chipre é a maior ilha do Mediterrâneo Oriental. Os idiomas oficiais são o turco e o grego, mas o país oferece cursos de inglês geral, inglês para negócios e aulas individuais.

O país tem menos de dez mil km² e a população não chega ao primeiro milhão de habitantes. Ainda assim, a rica cultura e as praias fabulosas valem a experiência. Quatro semanas de curso de inglês – 20 aulas semanais – por lá custam € 640 (em torno de R$ 2600).

Menos badalado que outros destinos da Europa, o Chipre é uma ilha que fica em pleno Mar Mediterrâneo.  Foto: Ben o'Bro/Unsplash
Menos badalado que outros destinos da Europa, o Chipre é uma ilha que fica em pleno Mar Mediterrâneo. Foto: Ben o'Bro/Unsplash

Índia

“Eu recomendo muito a Índia para quem quer fazer um intercâmbio, mas não tem muito dinheiro.
E, falando como mulher, me sinto muito segura aqui, ao contrário do que muitos dizem. Dificilmente você vê assaltos ou furtos, o que faz do país um lugar muito bom de se viver”, diz Rafaela. Há, ainda, toda a experiência espiritual associada à Índia. Quem pratica ioga ou se interessa por religiões como o hinduísmo terá muitas opções disponíveis para se aprofundar nesses temas.

Por lá, as mesmas quatro semanas de curso de inglês, com 20 aulas semanais, saem por US$ 560 (em torno de R$ 1800).

A Índia é um ótimo destino para quem quer aprender inglês e viver experiências místicas. Foto: Arash Bal/Unsplash
A Índia é um ótimo destino para quem quer aprender inglês e viver experiências místicas. Foto: Arash Bal/Unsplash

Singapura

Ao contrário dos estrangeiros, que já incluíram Singapura na lista de destinos populares para intercâmbios, os brasileiros ainda não consideram essa possibilidade, segundo a World Study. Singapura é uma cidade-estado que tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Ásia.

Singapura é uma metrópole de primeiro mundo com 4,5 milhões de habitantes. Lá, a arquitetura ultramoderna se mistura à longa história local, que remonta aos anos de 1298/1299. Embora esteja na Ásia, o idioma oficial é o inglês. O valor dos cursos no país só é divulgado sob consulta.

Com uma economia efervescente, Singapura é outro destino na Ásia para quem quer fazer um intercâmbio sem cair na mesmice. Foto: Annie Spratt/Unsplash
Com uma economia efervescente, Singapura é outro destino na Ásia para quem quer fazer um intercâmbio sem cair na mesmice. Foto: Annie Spratt/Unsplash

Emirados Árabes

Os Emirados Árabes entraram recentemente no radar dos brasileiros que querem fazer intercâmbio, de acordo com a World Study. Com um turismo de lazer e de negócios muito movimentado, não é de surpreender que Dubai tenha o inglês como o segundo idioma mais falado, perdendo apenas para o árabe.

Toda a modernidade das construções e a imponência das ilhas artificiais são apenas o início do que há para ver por lá. Quatro semanas de curso em Dubai, com 20 aulas por semana, custam US$ 940 (cerca de R$ 3040).

Um intercâmbio para os Emirados Árabes é uma boa ideia para quem quer vivenciar uma cultura diferente. Foto: Adam Le Sommer/Unsplash
Um intercâmbio para os Emirados Árabes é uma boa ideia para quem quer vivenciar uma cultura diferente. Foto: Adam Le Sommer/Unsplash

Coreia do Sul

De acordo com o governo coreano, a Coreia do Sul recebe dez milhões de turistas todos os anos. Assim como acontece em vários destinos da Ásia, o país também mistura o antigo e o moderno em sua cultura e seu modo de vida. A vida noturna e a gastronomia são parte dos muitos fatores que atraem tantos visitantes.

Seul, a capital, é considerada uma das cidades mais seguras para viajantes. Fazer quatro semanas de coreano por lá, com 15 aulas semanais, custa US$ 768 (mais ou menos R$ 4900).

Na Coreia do Sul, antigo e moderno se fundem em uma cultura rica e diversificada. Foto: Pixabay
Na Coreia do Sul, antigo e moderno se fundem em uma cultura rica e diversificada. Foto: Pixabay

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