Praias com cenário de cinema na Tailândia

Um jovem mochileiro tromba com um maluco em um hotel de Bangkok, que fala sobre a praia perfeita, paradisíaca – e livre de turistas. O viajante encontra um mapa sobre o tal lugar e faz de tudo para chegar até lá. A história é ficção de filme (A Praia, protagonizado por Leonardo DiCaprio), mas o paraíso onde ele foi filmado existe de verdade. As ilhas Phi Phi (pronuncia-se pipi), no Mar de Andaman, ao sul da Tailândia, batiam exatamente com essa descrição. Mas só até 2000. “Quase ninguém vinha aqui. Tudo mudou depois de Holywood. Hoje a ilha está tomada por turistas, especialmente chineses e russos”, diz o guia turístico Somsak Thaípakdee.

Phi Phi é na verdade dividida em duas ilhas – Phi Phi Don, onde fica a infraestrutura de hotéis e restaurantes, e Phi Phi Leh, praticamente inabitada. O cenário é realmente de cair o queixo. Para chegar ao ponto preferido pelos turistas, Maya Beach (foto acima), é preciso cruzar uma baía cercada de montanhas rochosas, que funcionam como uma antessala da beleza sensacional que vem a seguir.

Maya Beach, cheia ou vazia, é espetacular (embora seja bastante aconselhável chegar antes das 10 horas para não se acotovelar com os camaradas de Moscou e Pequim). A faixa de areia é pequena, mas branca, e a água transparente. Uma pequena trilha pela mata leva a um mirante em uma praia oposta, com vista para uma pequena ilha do outro lado – a região é conhecida como The Village.

A superpopulação de turistas não chega a incomodar em outras praias desertas e também lindíssimas de Phi Phi, como Lanti e Koh Bakao. Outro detalhe chama atenção: em 2004, a ilha foi severamente atingida pelo tsunami de 26 de dezembro. Mais de mil pessoas morreram (em grande parte, turistas). The Village foi completamente destruída.

No filme, Leonardo DiCaprio é deixado por um barqueiro no meio do mar e precisa percorrer a nado boa parte do caminho até a “praia”. A realidade é que há várias formas de desfrutar Phi Phi. Uma delas é se hospedar lá, o que garante a possibilidade de fazer os próprios horários pelas praias e escapar das hordas de forasteiros.

Há hotéis sensacionais ao estilo “pé na praia”, como o Zeavola, com chalés de frente para o mar que se escondem em meio à montanha (diárias a partir de 7.310 bahts ou R$ 730) e o Phi Phi Natural Resort (a partir de 2.385 bahts ou R$ 230). A outra opção é se hospedar nas grandes cidades próximas ao continente – Krabi e Phuket, que oferecem mais infraestrutura. Ambas ficam a cerca de 45 quilômetros das ilhas. Krabi é considerada a capital gastronômica do sul da Tailândia e tem opções mais família, como o Sheraton Krabi Beach Resort. Phuket tem mais agito.

Desde as duas cidades, há passeios em barco rápido de um dia inteiro até Phi Phi, que incluem traslado do hotel, almoço, bebidas e equipamento de mergulho (a partir de 1.800 bahts, ou R$ 180). Os barcos costumam parar em diversos pontos para os turistas mergulharem em baías e recifes. A transparência da água e a quantidade de peixes fazem a alegria de mergulhadores amadores e profissionais.

*O jornalista viajou a convite da Embaixada da Tailândia no Brasil.

Apesar da paixão avassaladora dos turistas por Phi Phi, não faltam praias paradisíacas na Tailândia, seja na região do Mar de Andaman (a oeste) ou no Golfo da Tailândia (a leste). Desde Krabi (em Andaman), há ilhas próximas que também são de tirar o fôlego e menos concorridas. É imperdível a visita a Four Islands (que inclui uma vista fantástica da ilha em formato de galinha), James Bond Island e Hong Island. Do outro lado (Golfo da Tailândia), as ilhas mais famosas são Ko Samui e Ko Panghan, onde são celebradas as famosas festas da lua cheia, que reúnem jovens de todo mundo.

Um dia depois de os brasileiros comemorarem o Dia das Crianças (12 de outubro), os tailandeses celebram o Dia do Elefante. Na data acontecem desde jogos de pólo com elefantes a imensas cerimônias budistas em que os bichos recebem banquetes servidos por monges. O animal, que já esteve estampado na bandeira nacional, há séculos está inserido no cotidiano do tailandês — seja como meio de transporte, auxílio nas plantações ou até como arma de guerra.

Curiosamente, a maioria dos tailandeses desconhece o significado da expressão “elefante branco”, utilizada no Brasil como referência às obras enormes que acabam não sendo utilizadas depois (o termo caiu como uma luva para muitos estádios construídos para a Copa do Mundo). Reza a lenda, no entanto, que antigos reis davam elefantes albinos para inimigos porque os animais brancos eram considerados sagrados e não podiam ser utilizados para trabalhar. Então os agraciados faliam porque não tinham como sustentá-los.

Há centenas de fazendas de elefantes espalhadas na Tailândia, muitas delas voltadas para o turismo. Na região litorânea de Krabi é fácil conseguir um passeio a essas propriedades, que incluem uma volta na floresta nas costas de um elefante por 800 bahts (R$ 80). A escolha é polêmica – há os que interpretam que a exploração dos elefantes é pura maldade e os que seguem a cultura local de tratá-los como os ocidentais manejam cavalos.

Na região montanhosa de Phuket (no Sul da Tailândia), um hotel que funciona como acampamento de luxo promove um turismo de contato mais “politicamente correto” com os animais. O Elephant Hills resgata animais que sofreram maus tratos e permite que os visitantes deem banho e alimentem os bichos. Como princípio, a administração defende que elefantes que passaram por manejo humano não conseguem mais voltar à vida selvagem.

Localizado na Parque Nacional de Khao Sok, o Elephant Hills permite ao turista que viaja para as praias do Sul da Tailândia um contato com as densas florestas tailandesas – que lembram muito a Mata Atlântica brasileira. Os pacotes de três dias incluem traslado desde Krabi ou Phuket, refeições, passeios, trekking pela selva de 17.850 bahts por pessoa (R$ 1.780).

Guia essencial para as praias do Mar de Andaman:

Quando ir
Uma viagem para a região de praias, seja para o Mar de Andaman (a oeste) ou para o Golfo da Tailândia (a leste) exige planejamento redobrado com as estações. O período mais indicado para evitar problemas com as monções é entre novembro e fevereiro. Entre março e junho, é mais quente, mas os preços são mais baixos.

Como chegar
Pelo menos 15 companhias aéreas (nenhuma brasileira) voam com escalas para a Tailândia, a partir de São Paulo ou Rio de Janeiro, para Bangkok. Quase todas fazem promoções sazonais. No mês passado, Iberia e Ethiopian Airlines fizeram promoções de US$ 799 (cerca de R$ 2.550) ida e volta, desde São Paulo. O preço de entrada da Turkish Airlines para viajar em junho, com parada em Istambul, é US$ 1.296 (R$ 4.150).

Passagens internas
Várias companhias low cost fazem voos internos na Tailândia a partir de Bangkok. Cadastrando-se nos sites das empresas, é possível receber notícias de ofertas sazonais a partir de 200 bahts. Numa simulação para voar em junho, o trecho Bangkok-Krabi sai por 725 bahts (R$ 72) na Thai Lion. A AirAsia vende o trecho Bangkok-Phuket na mesma época por 890 bahts (R$ 790). O trecho Bangkok-Sukothai sai por 1.690 bahts (R$ 169) na Bangkok Airways.

Krabi
Sheraton Krabi Beach Resort, cinco estrelas gigantesco, de frente para praia. Diárias a partir de 3.609 bahts (R$ 360), em simulação de compra para junho. Centara Andha Devi Resort e Spa, quatro estrelas de padrão superior, na badalada praia de Ao Nang. Diárias para duas pessoas a partir de 2.354 bahts (R$ 230), em simulação de compra para junho.

Phuket
Dusit Thani Laguna Phuket, cinco estrelas com decoração moderna tailandesa. Diárias para duas pessoas a partir de 3.200 bahts (R$ 320).

Passeios
A maioria dos passeios para ilhas como Phi Phi, desde Krabi e Phuket, podem ser comprados diretamente nos hotéis ou em pequenas lojas que vendem bilhetes por quase todos os cantos da cidade. A viagem em barco rápido de Krabi para Phuket custa a partir de 1.800 bahts (R$ 180) pela Krabi Tours. Outros passeios, como para Four Islands, começam em 550 bahts (R$ 55).

Pacotes
A CVC oferece o pacote Maravilhas da Tailândia com Phuket, que inclui passagem aérea, hospedagens, viagens internas e passeios. São oito noites em Bangkok, Kanchanaburi, Sukothai, Chian Rai e Chiang Mai, além de quatro dias de hospedagem em Phuket. Sai por R$ 9.500, valor que pode ser dividido em 10 vezes. Cotação do dólar utilizada pela operadora até o dia 25 de março (reduzida a R$ 2,77).

Observação: As pesquisas de valores foram feitas na última semana de março. As ofertas estão sujeitas à disponibilidade e às políticas dos hotéis e companhias, além de mudanças no câmbio.