Turismo

Proibição de notebooks e tablets em voos: o que se sabe até agora

AFP
22/03/2017 13:10
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Proibição começa a valer a partir do próximo sábado (25). Veja as companhias que serão afetadas. Foto: Bigstock

As companhias aéreas afetadas pela proibição de computadores portáteis e tablets em voos rumo ao Reino Unido a partir da Turquia e de 5 países árabes têm até sábado para começar a aplicar a medida, declarou nesta quarta-feira o governo britânico.
Até as 00h01 GMT de sábado (21h01 de sexta, horário de Brasília), a medida deverá estar em vigor mas, de qualquer forma, segundo uma porta-voz do ministério dos Transportes, os passageiros “já devem ir ao aeroporto com a ideia de que as medidas já são aplicadas”.
Washington e Londres decidiram na terça-feira proibir os computadores portáteis e os tablets na cabine dos voos com origem em vários países árabes e Turquia.
No caso do Reino Unido, a medida englobará os voos que partem de Turquia, Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e Arábia Saudita.
Os Estados Unidos citaram o risco de esconder bombas nestes aparelhos. Em Londres, o ministro dos Transportes britânico, Chris Gayling, disse ao Parlamento que é preciso ir adequando as medidas de segurança às “mudanças constantes” na “ameaça terrorista”.
As 14 companhias aéreas afetadas foram alertadas imediatamente após a decisão do governo, anunciada na terça-feira, mas as disposições para colocar a medida em prática exigiam vários dias.
O que se sabe até o momento:
O que está proibido — De acordo com a decisão dos Estados Unidos, todos os dispositivos eletrônicos maiores que um telefone celular estarão proibidos nos voos e devem ser despachados com a bagagem. A medida é aplicada aos laptops, tablets, consoles de jogos eletrônicos, livros eletrônicos, aparelhos de DVD, câmeras fotográficas, entre outros.
– Londres proibiu nos voos “qualquer telefone, computador portátil ou tablet maior que um telefone celular de tamanho normal (comprimento de 16 cm, largura de 9,3 cm e espessura de 1,5 cm)”.
Os países em questão — O governo dos Estados Unidos aplicará as medidas a partir de sábado aos voos diretos procedentes de 10 aeroportos de oito países, todos aliados e sócios de Washington: Jordânia, Egito, Turquia, Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Emirados Árabes Unidos e Marrocos.
– O Reino Unido aplicará as restrições aos voos procedentes de todos os aeroportos da Turquia e cinco países árabes: Líbano, Jordânia, Egito, Tunísia e Arábia Saudita. As medidas foram notificadas de modo imediato às companhias aéreas, que têm prazo até sábado para implementá-las.
Voos e companhias afetadas — Cinquenta voos diários de nove companhias aéreas (Royal Jordanian, EgyptAir, Turkish Airlines, Arabia Airlines, Kuwait Airways, Royal Air Morocco, Qatar Airways, Emirates e Etihad Airways) serão afetados pela decisão dos Estados Unidos.
O anúncio britânico afeta a 14 empresas: British Airways, EasyJet, Jet2.com, Monarch, Thomas Cook, Thomson, Turkish Airlines, Pegasus Airways, Atlas-Global Airlines, Middle East Airlines, Egyptair, Royal Jordanian, Tunis Air e Saudia.
– Os motivos –– Washington citou o risco de atentados. “A análise dos serviços de inteligência indica que grupos terroristas continuam apontando para o transporte aéreo e buscam novos métodos para cometer atentados, como dissimular explosivos em bens de consumo”, explicou uma fonte do governo. De acordo com o canal CNN, que citou uma fonte do governo de Donald Trump, a decisão estaria relacionada a uma ameaça do grupo Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), braço do grupo extremista no Iêmen.
– Em Londres, o ministro dos Transportes, Chris Gayling, disse ao Parlamento que é necessário adequar as medidas de segurança às “mudanças constantes” na “ameaça terrorista”.
Países que podem aderir — A França está considerando a medida: um porta-voz da Direção Geral de Aviação Civil (DGAC) disse à AFP que, no momento, “não se decidiu” fazer o mesmo, mas uma análise de riscos está em curso.
– Canadá, membro da aliança internacional de serviços de inteligência “Five Eyes” (“cinco olhos”), com Estados Unidos, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, está estudando a possibilidade, de acordo com o ministro dos Transportes, Marc Garneau.
– Países que disseram não — Alemanha, Austrália e Nova Zelândia rejeitaram até o momento a ideia de aplicar medidas similares.
– A reação dos países afetados — Até o momento apenas a Turquia reagiu ao anúncio. O ministro das Relações Exteriores, Mevlüt Cavusoglu, questionou a eficiência da medida porque “um terrorista do Daesh (acrônimo do grupo Estado Islâmico em árabe) pode embarcar em qualquer lugar”.
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