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Erva mate em Três Arroios (RS), propriedade de Carlos Ruhnke
Erva mate em Três Arroios (RS), propriedade de Carlos Ruhnke| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

O agricultor familiar tem mantido um ritmo constante de trabalho nas propriedades rurais. O crédito para custeio segue em expansão, um sinal de que o produtor está com a manutenção de sua estrutura em dia, mas pronto para expandir atividades quando o crescimento geral da economia vier com força.

“O crédito para o agricultor familiar vive duas fases distintas. No custeio, continua em expansão. Já no investimento, um crescimento consolidado ainda depende da recuperação geral da economia”, afirma Gilson Nogueira Farias, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Central Sicredi PR/SP/RJ.

Em 2018, a cooperativa de crédito liberou R$ 4,1 bilhão para o agricultor familiar, um crescimento 18% acima do que foi financiado em 2017. O custeio representa ainda a maior fatia: 70% contra 30% de investimento. Para 2019, a estimativa é de que o crédito tenha expansão de 20%.

Embora no aguardo de sinais mais consolidados de crescimento da economia, Farias afirma que o momento pode representar uma fase para planejar investimentos futuros. Quem fizer agora a tarefa de casa, pode colher frutos logo adiante, quando a produção estiver aquecida.

Planejamento para aproveitar volta do crescimento

Nessa fase, a assistência técnica é um instrumento de apoio importante para evitar investimentos equivocados. “O ideal é procurar assistência técnica e fazer orçamento para identificar o que vai precisar. Por exemplo: criar tecnologia para produzir algo de valor, com qualidade para ter preço compatível no mercado. Só depois, o produtor deve procurar a cooperativa de crédito”, aponta Farias.

A melhor tecnologia é um dos caminhos. “O produtor deve verificar o que precisa para melhorar o investimento, como incrementar tecnologia no seu empreendimento. É estratégico identificar o que terá de renda e receita e cuidar para que o crédito seja um fator de sucesso para ele”, diz Farias.

Pronaf

Em junho o governo federal anunciou a disponibilidade de R$ 31,2 bilhões para o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), a principal iniciativa de fomento de crédito para o setor no país. “É o maior valor da história”, disse à Gazeta do Povo Fernando Schwanke, secretário Nacional da Agricultura Familiar e Cooperativismo, ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A partir deste ano, atendendo a antiga reivindicação de agricultores familiares, o programa também irá atender produtores que queiram financiar casa própria ou reformar imóveis. A estimativa é financiar a construção de até 10 mil moradias.  Os juros serão de 4,6% ao ano, com carência de três anos e prazo máximo de 10 anos para quitar o financiamento, que terá linha de R$ 500 milhões através da “Pronaf Investimento”.

Programa ajudou a fixar agricultor no campo

Para Manfred Dasenbrock, presidente nacional do Sicredi e da Central Sicredi PR/SP/RJ, os Pronafs, ao longo de suas edições, foram estratégicos para fixar o produtor rural no campo, principalmente o pequeno e médio agricultor.

“Temos a percepção ao longo do tempo de que o programa teve papel relevante para essa categoria de agricultores, com custeio ao amparo de curto prazo e a inclusão do seguro, o que representou também um avanço e uma segurança para quem financia e quem produz”, observa o executivo.

Em comparação a outros países com sistema agrícola que incluiu pequenos produtores, Dasenbrock afirma que o programa continua sendo pioneiro por manter uma cadeia econômica em constante atividade, mesmo em períodos de maior ou menor ritmo. “Eu vejo ao longo dos últimos 30 anos, que você não encontra programa similar como o Pronaf em nenhum país do mundo. É um programa virtuoso”, afirma o presidente da Central Sicredi.

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