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Aumento na demanda levou indústrias a direcionarem produção de cana para fabricação de etanol. | Jonathan Campos / Gazeta Do Povo
Aumento na demanda levou indústrias a direcionarem produção de cana para fabricação de etanol.| Foto: Jonathan Campos / Gazeta Do Povo

A região Centro-Sul no Brasil elevou em 16,9% a produção total de etanol na segunda quinzena de abril, para 1,13 bilhão de litros, com usinas destinando mais cana para a produção do biocombustível em meio à forte demanda no mercado interno, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), nesta terça-feira (12).

O etanol hidratado impulsionou o crescimento da produção do biocombustível no período, avançando 23,6% ante o mesmo período do ano passado, enquanto a fabricação de etanol anidro (misturado à gasolina) aumentou 2,6%.

O volume de etanol hidratado vendido no mercado doméstico pelas unidades produtoras do Centro-Sul atingiu 1,46 bilhão de litros em abril, alta de quase 50% em relação ao mesmo mês de 2014, com o biocombustível competitivo frente à gasolina, seu concorrente, após reajuste de preços no final do ano passado.

"O crescimento da demanda por etanol hidratado nos últimos meses estimulou o aumento da produção do biocombustível...", disse o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, em nota.

O ritmo de produção e o consumo de etanol hidratado neste início de safra se assemelha aquele observado em 2009, indicando que deveremos ter um "mix" de produção mais alcooleiro este ano, acrescentou Rodrigues.

No acumulado da safra 2015/16, a produção total de etanol somou 1,93 bilhão de litros, aumento de 18,6% ante o mesmo período da temporada anterior. Nessa comparação, a Unica registra menor produção de anidro, com queda de 16,4%.

As vendas internas de etanol anidro em abril, por sua vez, caíram mais de 20% ante o mês anterior, para 678,2 milhões de litros.

"Esse comportamento das vendas de etanol anidro já era esperado devido a obrigação de manutenção de estoques no final da entressafra", disse Padua, comentando que a regulação vigente faz com que as vendas de março usualmente sejam maiores que as de abril, que se inicia com estoque mais elevado no segmento de distribuição.

Açúcar

A produção de açúcar na segunda quinzena de abril somou 1,04 milhão de toneladas, crescimento de 10,9% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a moagem de cana aumentou 11,4% para 26,7 milhões de toneladas no período.

No acumulado da safra 2015/16, a moagem cresceu 11,5% , para 45 milhões de toneladas, enquanto a produção de açúcar subiu 6,1%, para 1,59 milhão de toneladas.

Isso apesar de um menor número de unidades em operação, sinalizando uma recuperação em relação à fraca safra anterior, atingida pela seca, após chuvas benéficas em fevereiro e março de 2015, especialmente. A meteorologia também indica a ocorrência de um tempo mais favorável nesta safra.

Até o final da segunda quinzena de abril, 210 unidades produtoras estavam em operação no centro-sul, ante 220 empresas registradas até a mesma data da safra anterior.

O diretor da Unica ressaltou que "o número de unidades operando cresceu nos primeiros 15 dias de maio e hoje já registramos 250 empresas em atividade na safra 2015/2016".

O executivo explicou que "no estado de São Paulo (maior produtor brasileiro) a moagem acumulada ainda está aquém daquela observada em igual período da safra passada e, portanto, todo o incremento de produção verificado até o momento foi observado nos outros estados da região Centro-Sul", que responde pela maior parte da safra nacional.

Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em uma amostra de 126 unidades produtoras do centro-sul confirmam uma recuperação na produtividade ante a temporada passada.

Segundo relato da Unica, os números do CTC indicam que o rendimento da área colhida até o final de abril totalizou 79,3 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, contra 77,1 toneladas verificadas no mesmo período da safra 2014/2015.

Já o teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) no acumulado desde o início da safra até 1º de maio aponta um aumento da concentração para 109,31 kg por tonelada de cana moída, contra 107,55 kg registrados na mesma data de 2014.

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