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Lavoura de soja da safra 2015/2016 na região de Maringá | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Lavoura de soja da safra 2015/2016 na região de Maringá| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

As principais entidades representativas do agronegócio do Paraná esperam crédito com juros mais baixos e uma ampliação dos recursos destinados ao seguro a produtores rurais no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2016/2017. As duas medidas são vistas pelas organizações como uma forma de incentivar a agropecuária e atenuar os efeitos da crise econômica do país. O anúncio do pacote, também conhecido como Plano Safra, está previsto para ocorrer na próxima quinta-feira (5), conforme divulgou nesta segunda (26) a ministra de Agricultura e Abastecimento, Kátia Abreu.

Agricultura precisa de condições para o futuro, diz vice-presidente da New Holland

O vice-presidente da New Holland para América Latina, Alessandro Maritano, disse nesta quarta-feira (27), durante a Agrishow, em Ribeirão Preto-SP, ver com bons olhos a antecipação do Plano Safra neste ano. “Nosso ponto de vida, a agricultura no Brasil precisa de estabilidade e condições para o futuro. No ano passado, o plano safra foi lançado no mês de julho, o que deixou junho sem nenhuma atividade. Independente da razão [do lançamento antecipado do plano safra], quanto antes, melhor. Com o plano safra 2016/17, a gente sabe quais serão as condições e as regras do jogo”, disse

Para Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o oferecimento de linhas de crédito melhorou nos últimos cinco anos. Mas o problema é que o volume tem sido insuficiente e isso torna o país menos competitivo em relação a grandes concorrentes, como os Estados Unidos. “Apesar de termos uma situação adversa no Brasil, o setor que tem sustentado a economia é a agropecuária. E pode contribuir muito mais se ele tiver condições melhores de competitividade”, projeta.

Loyola pondera ainda que com o crédito é necessário que haja uma cobertura de seguro suficiente para os produtores. Esse aspecto, segundo ele, é mais delicado pois o seguro é definido no orçamento anual do governo, feito sempre no ano anterior. Para este ano, por exemplo, ocorreu um corte de R$ 741 milhões para R$ 400 milhões – o que cobre cerca de 8% da área agrícola do país. “Há algum direcionamento para que isso seja previsto na política de plurianual, mas não sabemos como irá acontecer”, explica.

O gerente técnico econômico da Ocepar, Flávio Turra, endossa que os principais aspectos do projeto conjunto do Paraná para o Plano Safra são a diminuição dos juros e um seguro efetivo aos produtores. Ele também cita a necessidade de ampliar o volume de empréstimos a juros controlados (mais baixos). “O lado bom de o plano ser divulgado no dia 4 de maio [costuma ser lançado em junho], é que isso dá mais tempo para o produtor possa se preparar. Em relação a anos anteriores, veio em um momento mais oportuno”, diz.

Francisco Carlos Simioni, diretor do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), considera que o lançamento do Plano Safra pode representar uma possibilidade de o governo demonstrar a importância que o setor agropecuário tem para o país. “O Governo Federal tem que estar sensível ao único setor que está de pé, que está contribuindo de forma positiva na economia do país. Está havendo um encolhimento de forma generalizada e o setor agropecuário tem contribuído de maneira diferenciada. No Paraná, especificamente, os índices de emprego no setor agropecuário tem mantido o nível de emprego [geral estável]”, exemplifica.

Produtores estão pessimistas, diz líder sindical

Gustavo Ribas Neto, presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, tem uma perspectiva pouco otimista quanto ao lançamento do Plano Safra. “O que eu vejo é que o governo anda com dificuldades de gestão, dificuldades financeiras. Para os agricultores, os juros vêm aumentando, nossos subsídios para nossos seguros o governo não paga, diz que tem subvenção, mas não pagou o do ano passado e a seguradora não faz seguros novos. Temos uma série de fatos que não são o cenário mais adequado”, avalia.

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