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Colheita da soja: as exportações da oleaginosa caíram, mas ela continua como a líder no ranking dos produtos mais exportados em 2016. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Colheita da soja: as exportações da oleaginosa caíram, mas ela continua como a líder no ranking dos produtos mais exportados em 2016.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

A balança comercial do Brasil teve o maior resultado positivo da história em 2016. Com sete produtos entre os dez mais exportados pelo país em 2016, o campo teve participação decisiva no maior superávit registrado pela balança comercial brasileira desde o início da série histórica, em 1989.

No último ano, a diferença entre as exportações e importações ficou em US$ 47,7 bilhões (o recorde anterior havia sido obtido em 2006, com US$ 46,4 bilhões).

Em parte, o saldo é consequência da recessão econômica no Brasil e do dólar em alta, que levaram a uma queda de 20,1% nas importações. Por outro lado, a moeda americana valorizada evitou um tombo maior nas exportações e a receita caiu apenas 3,5%, com destaque para a soja, que ganha pelo montante e continua sendo a campeã do comércio exterior (as vendas da oleaginosa renderam US$ 19,3 bilhões); e para o açúcar também, cujas exportações cresceram 40,35% em receita, totalizando US$ 8,3 bilhões.

Soja mantém a liderança, enquanto milho despenca

Embora tenha permanecido no topo das exportações brasileiras, com mais de US$ 6 bilhões de vantagem sobre o segundo colocado na lista, a soja não teve em 2016 um de seus melhores anos. As exportações da oleaginosa caíram tanto em volume quanto em receita. Ao todo, o país embarcou 51,6 milhões de toneladas e recebeu em troca US$ 19,3 bilhões, queda de 5% 7,9% em relação a 2015, respectivamente. Mesmo assim, a soja teve 24,4% de participação no montante das exportações brasileiras, pouco acima do registrado no ano anterior.

Já o milho despencou: as vendas externas caíram 26% em receita e 24,4% em volume na comparação com 2015. Naquele ano, com o mercado internacional aquecido, o cereal havia experimentado um crescimento de 40% nas exportações. Em 2016, o Brasil exportou 21,8 milhões de toneladas de milho, o que gerou US$ 3,6 bilhões.

Ao todo, o montante exportado pelo Brasil em 2016 foi de US$ 185,2 bilhões e as importações ficaram em US$ 137,5 bilhões, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Previsão para 2017

Para o secretário de Comércio Exterior e Serviços do MDIC, Abrão Neto, a balança comercial deve registrar em 2017 um superávit semelhante ao de 2016. Mas, segundo ele, tanto as exportações quanto as importações devem aumentar neste ano. “Não vamos fechar uma base de comparação exata ainda. Pode ser acima de US$ 50 bilhões, mas prevemos um patamar semelhante, entre US$ 47 bilhões e US$ 48 bilhões”, disse. A projeção leva em conta um câmbio médio de R$ 3,40. No ano passado, a taxa média do dólar foi de US$ 3,48, disse.

Volume

Apesar da queda na receita com exportações no ano passado, o país bateu recorde na quantidade de mercadorias enviadas ao exterior, com 645 milhões de toneladas, alta de 2,9% em relação a 2015. Foi o sétimo aumento anual consecutivo. Diversos produtos registraram recorde no volume comercializado, como minério de ferro, óleos brutos de petróleo, açúcar de cana em bruto, celulose, carne de frango e suco de laranja não congelado.

O destaque negativo nas exportações foram os preços, que caíram 6,2% em média. Entre os principais produtos que compõem a pauta de exportações brasileiras, só houve aumento no preço do açúcar em bruto, de 12,3%. A soja teve o menor preço médio desde 2007 (US$ 374,77 / tonelada, queda de 2,98% em relação a 2015); o minério de ferro teve o menor preço desde 2005; e o petróleo em bruto, o menor preço desde 2004.

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