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A abertura comercial brasileira e o consequente processo de globalização dos mercados, na década de 90, trouxe aos produtores novas alternativas de comercialização, desvinculando o governo da obrigatoriedade de aquisição de estoques reguladores. Isso abriu espaço para uma mudança estrutural no setor de armazenamento, com crescentes investimentos do setor privado na ampliação da rede brasileira de armazéns. A participação estatal na capacidade estática de estocagem total, que era de 15% em 1992, passou a apenas 1,6% em 2009.

No Paraná, as cooperativas tomaram a frente desse processo. Levantamento da Organiza­­ção das Cooperativas do Paraná (Ocepar) mostra que, nos últimos nove anos, o setor praticamente duplicou a sua capacidade de armazenamento de grãos. Considerando todos os silos pú­­blicos e privados do estado, a capacidade de estocagem cresceu 44% no período.

"As cooperativas têm investido muito não só para ampliação da capacidade estática, mas também para aumentar a eficiência de seus armazéns. A segregação dos grãos, por exemplo, é uma preocupação cada vez maior, pois é uma forma de conseguir uma remuneração pela qualidade do produto", diz o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra.

Ele relata que cerca de um terço dos investimentos programados pelo setor para 2010 devem contemplar essa área. Segun­­do a Ocepar, a infraestrutura de armazenagem e recebimento de grãos das cooperativas receberá neste ano R$ 365,9 milhões. "Numa conta simplificada, se tudo isso fosse investido em armazéns novos, daria para ampliar em 1,2 milhão de toneladas a capacidade estática do setor", calcula Turra.

A Coamo, por exemplo, anunciou R$ 200 milhões para obras, ampliação e me­­lhoria da sua rede de estocagem. R$ 170 milhões serão aplicados na modernização e aumento da capacidade de recebimento de produtos e R$ 30 milhões na melhoria da frota de veículos e equipamentos. Com a injeção de re­­cursos, a cooperativa de Cam­­po Mourão pretende diminuir o seu déficit de armazenagem.

A Coamo espera receber neste ano 5,3 milhões de to­­neladas de grãos, mas hoje tem capacidade para estocar apenas 2,83 milhões de toneladas. Com os recursos previstos, a capacidade será ampliada em 500 mil toneladas, para 3,3 milhões. "Não dá mais para trabalhar com produto no tempo. No ano passado alugamos 37 armazéns, usamos dois silos infláveis, mas ainda assim ficamos com 240 mil toneladas de grão na lama", ilustra o presidente, José Aroldo Gallassini.

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