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Umuarama - Os produtores de mandioca do Paraná voltam a enfrentar a queda no preço da raiz, justamente no auge da colheita. A tonelada do produto que já esteve a R$ 350 na safra 2003/04, caiu para R$ 160 no ano passado e agora é comercializada ao preço médio de R$ 120. Um valor que, segundo os produtores, quase não paga o custo de produção, e que ocorre na hora de preparar novos plantios.

Segundo o industrial do setor de amido/fécula, João Eduardo Pasquini, em Nova Esperança, na região Noroeste do estado, a baixa remuneração que está chegando às mãos dos produtores desestimulam novos plantios. Ele acredita que a área plantada para a próxima safra deverá sofrer uma redução de aproximadamente 10%. "Essa queda é comum em épocas de preços baixos".

O Paraná possui 192 mil hectares plantados com mandioca e registra um aumento de 18% na produção, que deve atingir 4 milhões de toneladas de raiz, contra 3,4 milhões da safra passada, conforme estimativa divulgada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Na maior parte das lavouras do Noroeste, onde estão os maiores plantios, contudo, a produtividade é mais baixa neste ano. A média de produção quando a safra é boa chega a 33 mil quilos por hectare nas lavouras de dois ciclos (dois anos), mas na colheita atual a média está ficando em 24,8 mil quilos. Pasquini atribui a queda à seca enfrentada pelas lavouras que estão no ponto de colheita. A primeira estiagem foi em 2007, na época do plantio. A seca daquele ano atrasou o plantio. Depois foi a falta de chuva no fim de 2008 e começo de 2009. Outra consequência do clima seco é uma colheita mais curta. A previsão é de término dos trabalhos de campo até o final de julho, quando o normal é concluir em setembro.

Se confirmar a previsão de colher 4 milhões de toneladas de raiz em 2009, o Paraná se manterá na terceira posição da produção nacional. O Pará ocupa o primeiro lugar com 5 milhões e a Bahia vem em segundo com 4,2 milhões de toneladas. Mas o Paraná é o primeiro em produção de fécula, com a industrialização de 60% da raiz produzida. Nos outros dois estados, a mandioca é destinada ao consumo in natura ou à farinha.

Custo de produção

Um dos problemas para os produtores de mandioca é a alta nos valores pagos pelos arrendamentos, a principal modalidade neste tipo de cultura na região Noroeste. Por causa do avanço das lavouras de cana-de-açucar, que competem com a mandioca, o custo da terra arrendada chega a aumentar até 50%. Segundo Pasquini, o produtor paga entre R$ 1.200 a R$ 1.400 pelo al­­queire por um prazo de dois anos. Em alguns casos, ainda precisa pagar adiantado para tomar conta da terra.

O industrial também afirma que as vendas da fécula para alimentos (embutidos e panificação) e para a indústria de papel continuam normai. Porém, com as mesmas quedas de preço que são observadas ao produtor. "É uma corrente: se o preço da fécula cai o preço da raiz também cai".

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