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Fusca foi revitalizado e será exposto em todas as regionais como símbolo de um trabalho que revolucionou a agricultura no estado | Giuliano Gomes Roman/Divulgação
Fusca foi revitalizado e será exposto em todas as regionais como símbolo de um trabalho que revolucionou a agricultura no estado| Foto: Giuliano Gomes Roman/Divulgação

Quando a agricultura era apenas uma promessa, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Paraná (Emater) chegava a todos os rincões do estado cheirando a gasolina e roncando a motor de fusca. Essa cena comum no campo do Paraná por décadas está por trás dos recordes atrás de recordes em produção e lucratividade do agronegócio estadual de hoje. Com o olhar de quem já enfrentou os atoleiros dos pinheirais e tem agora o desafio de modernizar ainda mais a produção paranaense, a Emater e a Gazeta do Povo lançaram nesta sexta-feira (20) uma campanha de comemoração dos 60 anos da Emater. Dentro dessa ação serão veiculados seis programas de rádio, e seis vídeos. Além disso, será distribuída uma revista com matérias de casos que deram certo e os passos a serem dados no caminho de sucesso que o agronegócio e a Emater traçam no estado.

Lideranças celembram vocação do extensionismo no PR

O papel dos extensionistas foi o grande destaque do evento. “A assistência técnica rural é um dos grandes pilares para o desenvolvimento da agropecuária paranaense”, ressalta o diretor administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti. Ele já foi médico veterinário da Emater e descreveu a profissão de extensionista como um dom. “Ser extensionista é como ser um pastor, é como ser um sacerdote. Trata-se de uma missão de vida. A missão de fomentar o desenvolvimento”, comparou.

A força das cooperativas no estado deve grande parte do seu avanço nas últimas décadas ao trabalho de extensão rural. Para o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, que foi extensionista da Emater no início de carreira, todos têm uma dívida de gratidão para com a Emater. “Devemos muito à extensão rural. Graças a ela demos início ao trabalho da Coamo e de outras cooperativas. Comecei na Emater e hoje estou à frente da Coamo que é a segunda maior empresa do Paraná”, reitera Gallassini.

Três das maiores cooperativas do estado, Coamo, Copacol e Lar, têm extensionistas na presidência. Juntas elas faturam mais de R$ 18 bilhões e atendem mais de 45 mil produtores no estado.

Durante o lançamento, em evento realizado na sede da Emater, em Curitiba, foi traçado um balanço da história da entidade, que se mistura com a própria história do desenvolvimento do estado. Compareceram no local parceiros importantes da instituição, políticos, empresários e extensionistas. Para o presidente da Emater Paraná, Rubens Ernesto Niderheitmann, a instituição tem sido de extrema importância para o desenvolvimento da agricultura e pecuária do estado. Responsável pelas atividades de extensão rural junto aos pequenos produtores rurais, a Emater tem a missão de transformar o trabalho da agricultura familiar em renda e melhorar a qualidade de vida dos produtores. “Quando isso acontece, nós sabemos que atingimos o nosso objetivo”, afirma Niderheitmann.

Para o gerente do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, a extensão rural foi e continua sendo uma ferramenta fundamental para a constituição da base agropecuária do Estado. “Agricultura é sinônimo de economia. E o trabalho da Emater, com sua capilaridade nos 399 municípios paranaenses, é de fundamental importância para desenvolver e fortalecer o setor”, afirma. Ele ressaltou em seu discurso que as três maiores cooperativas do estado, com íntima ligação à extensão rural, faturam mais de R$ 20 bilhões por ano e atendem a mais de 50 mil famílias.

Extensão rural explorou a vocação natural, definiu o perfil agroeconômico e estruturou a base para o desenvolvimento econômico e social do estado | Giuliano Gomes

Extensão rural explora vocação natural e define perfil agroeconômico do PR

Agrícola e pecuária respondem por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense, estimado em mais de R$ 350 bilhões

Da agricultura remota ao agronegócio globalizado, a extensão rural completa hoje 60 anos de atuação no Paraná. Foi o trabalho dos extensionistas que ao longo dessas seis décadas explorou a vocação natural, definiu o perfil agroeconômico e estruturou a base para o desenvolvimento econômico e social do estado. Hoje, a agropecuária responde por 35% do Produto Interno Bruto (PIB) paranaense, estimado em mais de R$ 350 bilhões.

Do Escritório Técnico de Agricultura (ETA) em 1956, que virou Acarpa em 1959 e enfim se tornou Emater em 1977, a extensão rural também teve participação na estruturação do modelo cooperativista do Paraná, sistema formado basicamente por pequenos produtores e que no ano passado registrou faturamento de R$ 64 bilhões. Três das maiores cooperativas do estado, Coamo, Copacol e Lar, têm extensionistas na presidência. Juntas elas faturam mais de R$ 18 bilhões e atendem mais de 45 mil produtores no estado.

A extensão, no entanto, vive um momento de renovação no Paraná. Um esforço para redefinir o papel da assistência técnica no contexto do agronegócio moderno, com a inserção do pequeno produtor ao mundo da alta tecnologia. “Tem a ver com o econômico e social, com renda e qualidade de vida no campo e na cidade”, diz Rubens Niederheitmann, presidente da Emater.

Ao justificar a importância e o desafio da extensão rural há 60 anos assim como nos dias de hoje, o dirigente conta que no estado ainda existe 160 mil propriedades com área inferior a 10 hectares e 200 mil propriedades com renda mensal inferior a dois salários mínimos. “Em alguns casos, existem produtores e propriedades sem nenhum tipo de assistência, abaixo da linha de pobreza.”

A Emater discute com o governo do estado a recomposição do seu quadro funcional. No início do ano, 143 profissionais aderiram a um Plano de Demissão Voluntária (PDV). O compromisso, em contrapartida, era contratar outras 400 pessoas para recompor e reforçar o quadro de assistência técnica em todo o estado. Os candidatos a extensionistas fizeram concurso público, foram selecionados, chegaram a fazer exame médico admissional, mas ainda não foram contratados. O processo está parado há meses na Secretaria de Estado da Fazenda.

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