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Enquanto o Brasil e o mundo se esforçam para conter a retração econômica, provocada pela crise que abalou o mercado financeiro, as cooperativas do Paraná também recuam, mas para revisar os números e reverter uma tendência de queda no faturamento, dada como certa no primeiro semestre. A meta, agora, é manter o desempenho do ano passado. Na teoria, um resultado altamente positivo, a julgar o cenário de instabilidade. Na prática, o desempenho similar destaca o cooperativismo como um modelo de negócio com grandes chances de passar quase que imune às adversidades.

No início do ano, auge da turbulência no mercado internacional, as cooperativas chegaram a prever uma redução de 10% no faturamento do sistema em 2009. "Agora, se houver diminuição, será de 5%.", diz o presidente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslowski, que aposta na estabilidade. A receita do exercício anterior atingiu R$ 25 bilhões. Na comparação com sete anos , a variação é surpreendente, de quase 300%. A cifra atual supera o orçamento do governo do Paraná, de R$ 23,6 bilhões. Também representa um quarto dos recursos disponibilizados para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010 que serão aplicados em todo o país.

Um dos segredos, ironicamente, está no mercado internacional, na origem da crise ou então onde ela tem um impacto mais forte. As cooperativas se seguram, também, no aumento e manutenção das exportações, que mesmo com o dólar em queda têm garantido rentabilidade. Para ajudar, o sistema também caiu na graça do governo federal. Nunca se apoiou tanto o setor. O sistema é hoje um dos principais motores da economia brasileira, mas nem sempre foi assim. Para chegar onde está, precisou passar por um amplo processo de modernização, de reorganização da gestão, industrialização, diversificação e agregação de valor. Reestruturação que contou com forte apoio do governo federal.

O marco divisor de águas na história recente do cooperativismo nacional foi o Recoop, um programa de revitalização das cooperativas de produção lançado pelo em 1998 e que vigorou até 2002. O programa disponibilizou às cooperativas nacionais R$ 2,1 bilhões, gerados através da emissão de títulos públicos, mas apenas R$ 1 bilhão, pouco menos da metade desses recursos, foram de fato aplicados. O Paraná ficou com a maior parte do bolo: recebeu 38% dos recursos. Foram R$ 380 milhões que beneficiaram 30 cooperativas do estado.

Para manter o desempenho, uma das apostas está na melhora do mercado internacional, com estabilidade de preço e expectativa de crescimento em alguns setores, prevê Koslowski. O dirigente reconhece a indispensável contribuição das políticas púbicas, mas destaca que o cenário de hoje tem respaldo na profissionalização e gestão do sistema, capacitação exigida pelo processo agroindustrial e mercadológico. Atualmente, mais de 30% da produção que passa pelas cooperativas é industrializada. A meta pra 2015 é processar 50% da produção.

O resultado é o aumento das exportações e também da presença no varejo, explica Koslowski. "Produto acabado tem menos flutuação de preços que o in natura."

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