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Os números do cooperativismo paranaense são mesmo impressionantes. Faturamento, exportações, investimentos e outros indicadores revelam um ambiente bilionário, que mobiliza e congrega algumas centenas de milhares de pessoas. Nos últimos 10 anos, o sistema também deixou de ser visto como uma organização de colonos para se transformar num negócio de gente grande e globalizado, que ganhou as manchetes econômicas como a vedete do agronegócio moderno. Tudo isso, sem abrir mão do seu maior tesouro, o pequeno produtor rural, de somar, ganhar e depois dividir.

Em tempos de crise, um modelo que dilui riscos, compartilha resultados e responsabilidades. Tanto é que enquanto o país tenta se entender em relação ao desempenho da economia em 2009, sobre de quanto será a retração do PIB, as cooperativas trabalham com um cenário de estabilidade. No início do ano, até chegaram a cogitar a possibilidade de o faturamento encolher. Mas, passado o primeiro semestre, as projeções se inverteram e a meta é repetir o feito do ano passado, nada modesto, de pelo menos manter a marca dos R$ 25 bilhões.

Diante das incertezas da economia mundial, não será fácil, é verdade. Contudo, o sistema parece estar preparado, quase que blindado ao mau humor do mercado financeiro. Alternativa à agricultura tradicional, o modelo apenas se fortalece na crise. Não que seja imune, mas com certeza é mais resistente e tolerante, capaz de criar e aproveitar oportunidades. A economia, as intempéries climáticas e o sobe e desce das cotações somente aumentam o grau de dificuldade. Mas as cooperativas já aprenderam a lidar com isso.

A edição de hoje, que traz um especial sobre cooperativismo, revela que nem sempre foi assim. No final da década de 90, muitas cooperativas quebraram e muitas outras só não fecharam as portas graças ao Recoop, um programa de revitalização do sistema implantado pelo governo federal. Isso não tira o mérito da profissionalização e modernização dessas sociedades, processo que ainda está em curso. Mostra, porém, que para chegar aonde chegaram, fizeram por merecer, é claro, mas não fizeram sozinhas, o que também é justo destacar.

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