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A onda de frio dos últimos dias matou 2,93 mil cabeças de gado em Mato Grosso do Sul, conforme balanço divulgado ontem pela Defesa Sanitária local. Os prejuízos foram estimados em R$ 3 milhões e afetam fazendas de 15 municípios. A principal causa foi a hipotermia, quando a temperatura do animal fica muito abaixo do normal. O problema não afetou o Paraná, conforme o setor. O rebanho paranaense estaria mais adaptado ao clima frio.

O período mais crítico para o gado de Mato Grosso do Sul foi a tarde de sexta-feira passada, quando, em pouco mais de quatro horas, a temperatura despencou de 30 para 10 graus. Quando anoiteceu, houve vento e chuva e os termômetros marcaram 3 graus. "Com a garoa e o vento, a sensação térmica chegou a 3 graus abaixo de zero", afirma a veterinária Maria Cristina Galvão Carrijo.

As regiões mais afetadas foram o Sul do estado e as áreas de fronteira como Ponta Porã e Caarapó, onde morreram cerca de mil cabeças. Fazendas pecuaristas paraguais próximas a Mato Grosso do Sul também registraram mortes de animais. Nessas regiões, predomina o gado nelore, pouco resistente ao frio. Houve baixas similares nos anos de 1975, 1976 e 1977.

No Paraná, o nelore é comum nas regiões Norte e Noroeste, onde o clima é mais quente. No Sul e nos Campos Gerais, explora-se as raças holandesa e angus, por exemplo, mais resistentes a geadas.

O gado que morreu estava em regiões descampadas sem abrigos. As pastagens ficam baixas nessa época do ano. Sem gordura acumulada, os animais perderam temperatura corporal rapidamente, disseram os técnicos.

As perdas são consideradas pequenas para afetar os preços da carne. Mato Grosso do Sul tem rebanho de 21 milhões de bovinos. O presidente da Associação Brasi-leira de Frigoríficos, Péricles Salazar, disse que a perda foi "lastimável" mas que os mercados devem seguir suas tendências. Mesmo no leite, cuja produção tende a cair no frio, o quadro favorece o consumidor.

As vacas de origem europeia resistem ao frio e, com investimentos em insumos e adaptações no manejo, o ganho é de 10% a 30% na produção, explica Rodrigo Cesar da Silva Sosa, gerente do setor de insumos da Cooperativa de Laticínios de Mandaguari (Colari), região Noroeste do Paraná. Segundo ele, o inverno se tornou época de ganho de produção em muitas fazendas leiteiras.

A escassez de pasto durante o período pode ser um problema para o produtor que não se preveniu com reservas de pastagens. Os pecuaristas precisam incrementar ração, sal mineral, silagem e aveia para o animal não sofrer falta de nutrientes, dizem os técnicos.

Além da produção estável, a entrada de leite do Uruguai e da Argentina estaria mantendo os preços abaixo dos previstos para essa época do ano. O consumidor paga hoje menos de R$ 1,50 pelo litro do leite longa vida nas redes de supermercados, R$ 0,50 a menos do que o preço mínimo de dois meses atrás.

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