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A migração do cultivo de soja para o de milho primeira safra (verão), segundo o secretário, deve ocorrer especialmente em áreas menos férteis do Centro-Oeste e no Sul do País | Arquivo Gazeta do Povo
A migração do cultivo de soja para o de milho primeira safra (verão), segundo o secretário, deve ocorrer especialmente em áreas menos férteis do Centro-Oeste e no Sul do País| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

O secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, disse que a pasta tem concentrado esforços para garantir suprimento de milho à agroindústria brasileira.

Apesar da dificuldade atual de abastecimento, em função da alta dos preços do cereal no mercado interno e da oferta limitada de grão, o secretário disse estar confortável quanto aos estoques de passagem até o fim de janeiro.

“Estamos muito tranquilos com o estoque de passagem até o fim de janeiro, de 4,5 milhões de toneladas, e vendo muita migração do plantio de soja para o de milho. Então há expectativa de reabastecimento do mercado interno no fim de dezembro já com milho de primeira safra”, disse Geller em entrevista coletiva nesta segunda-feira (8) após o encerramento do 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, realizado em São Paulo.

A migração do cultivo de soja para o de milho primeira safra (verão), segundo o secretário, deve ocorrer especialmente em áreas menos férteis do Centro-Oeste e no Sul do País, em decorrência da valorização do cereal no mercado interno e do recuo das cotações da soja no mercado internacional.

“Quem tiver milho em dezembro ganhará melhor”, disse ele. Geller destacou a importância de garantir o abastecimento para a indústria. “Hoje 70% da produção brasileira de milho é consumida no mercado interno. Se matarmos a agroindústria este ano, ano que vem não haverá o mesmo consumo de milho”, declarou Geller.

Questionado sobre a possibilidade de isentar importações de milho de PIS/Cofins, Geller afirmou que a discussão não deve avançar. “Isso precisaria ser feito por meio de projeto de lei, mas encontramos resistência. Além disso, em conversas com a agroindústria nos disseram que esta isenção não é tão importante porque ela obtém créditos pelo pagamento dos tributos”, explicou o secretário.

Já em relação às importações de milho transgênico dos Estados Unidos, há chances de a liberação ser concedida pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).

De acordo com Geller, na última quinta-feira (4) foi realizada reunião técnica com representantes da Casa Civil e da CTNBio para discutir a questão. “Nos próximos dias, no máximo até quarta-feira, teremos novidades. Estamos trabalhando com celeridade para que o problema seja resolvido de forma extraordinária”, afirmou o secretário.

Com a possibilidade de importação de até 1,5 milhão de toneladas de milho de fora do Mercosul até janeiro, segundo estimativa do secretário, bons estoques de passagem, preços atrativos para que a indústria brasileira importe o grão e a realização de leilões de milho dos estoques públicos, Geller acredita que os preços devem recuar. “O milho está nas mãos dos atravessadores, mas acreditamos que os preços vão ter que cair”, afirmou.

A demanda de produtores de safrinha que vêm enfrentando quebras de safra em diversas regiões do Brasil também tem sido considerada pelo Ministério, de acordo com Geller. “Já recebemos algumas demandas, referentes a parcelas de investimento e de custeio, e estamos analisando como contemplá-las. Depende do CMN (Conselho Monetário Nacional)”, finalizou.

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