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Área de plantio do milho safrinha no Paraná em 2018 foi 11% menor que o ano passado, ficando em 2,155 milhões de hectares nesta temporada | Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
Área de plantio do milho safrinha no Paraná em 2018 foi 11% menor que o ano passado, ficando em 2,155 milhões de hectares nesta temporada| Foto: Dirceu Portugal/Gazeta do Povo

Os agricultores do Paraná aproveitaram a Semana Santa para concluir o plantio da segunda safra de milho no estado. “Até quarta-feira passada faltavam apenas 20 mil hectares em regiões como Jacarezinho, Londrina e Ivaiporã”, afirma o analista do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), Marcelo Garrido.

A entidade divulgou nesta terça-feira (3), em seu novo relatório, que a área plantada foi 11% menor que o ano passado, ficando em 2,155 milhões de hectares na safrinha 2018. Já a produção deve ser 7% menor, estimada em 12,3 milhões de toneladas no período.

Os produtores tiveram que correr para finalizar o plantio dentro da janela de cultivo. “Na maioria das regiões, além da redução de área, tivemos a concentração de plantio. Isso pode ter ocorrido devido à colheita da soja, que atrasou neste ano”, diz o analista.

Preço do milho na safrinha

Garrido lembra que o plantio da primeira safra, sobretudo de soja, acabou atrasando devido à estiagem e ao clima desfavorável no final do ano passado, impactando no calendário da colheita. Esse foi um dos motivos que acabou levando à redução de área do milho na safrinha, afirma o especialista. Contudo, outra razão foi o baixo preço do milho durante a temporada 2016/17, o que levou muitos produtores a deixarem o cereal de lado nesta safra.

“Agora o preço do milho deu uma reagida, e até mesmo a redução de área [de plantio] tem um impacto nisso. E não foi só o Paraná que reduziu, foi em todo o Brasil”, diz Garrido.

Com a provável manutenção do aumento do preço do milho, custos para produtores de suínos e aves, que dependem do produto para a ração animal, deve ser elevado, opina analista do Deral.JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Em algumas regiões do estado, como nos Campos Gerais, o preço da saca de 60 kg chega próximo a R$ 40. Em outras, como no Norte e Sudoeste, está entre R$ 30 e R$ 25. No ano passado, a cotação estava perto de R$ 20. Isso pode elevar os custos para produtores de suínos e aves, que dependem do milho para a ração animal, avalia o especialista do Deral.

A concentração do plantio leva ainda a outro problema: o risco de geadas afetarem as lavouras em um mesmo período do desenvolvimento da planta. Garrido lembra que em abril do ano passado aconteceu um desses fenômenos climáticos.

Fim da colheita de soja no Paraná

Além do plantio de milho, os produtores estão encerrando o ciclo da soja na safra 2017/18 no Paraná. O relatório do Deral aponta que 84% da área já foi colhida. “Em uma semana ou dez dias devemos terminar, se o clima colaborar. Já era para estar mais adiantado, mas na semana da Páscoa foi complicado [devido às chuvas]”, afirma o analista do Deral.

A nova projeção de colheita é de 19,1 milhões de toneladas no estado - 4% inferior ao ano passado, quando houve recorde de 19,8 milhões de toneladas. “De modo geral foi uma boa produção, saindo de 3,7 mil kg por hectare e esse ano volta para 3,5 mil. Foi uma safra dentro das medias histórica”, avalia Garrido. A área de cultivo de soja foi 5,4 milhões de hectares, 3% maior que no ano anterior.

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