A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota nesta segunda-feira em que, se dizendo “estarrecida e indignada com os atos criminosos” perpetrados na última quinta-feira (2/11) contra propriedades rurais do município de Correntina, na Bahia, “vem a público exigir dos órgãos estatais de segurança pública a adoção das mais enérgicas medidas de investigação, de modo a identificar os responsáveis”.
A ação dos invasores foi gravada em vídeo e distribuída em redes sociais. Nas imagens, os sem-terra põe abaixo uma rede de postes de energia elétrica, um após o outro, num verdadeiro efeito “dominó” de destruição na fazenda Igarashi, de propriedade do grupo de mesmo nome, com sede em Curitiba.
Segundo a Igarashi, os manifestantes arrebentaram cercas, destruíram maquinários e pivôs de irrigação, colocaram fogo nas instalações e feriram um dos funcionários. “Foi uma violência absurda, um ato bárbaro contra o patrimônio de uma empresa que faz tudo dentro do que prevê as leis brasileiras”, disse o advogado da Lavoura e Pecuária Igarashi, Marco Naste.
Em áudios de aplicativos de mensagens, os sem-terra alegaram agir para impedir a retirada de água do Rio Arrojado para irrigação da fazenda. Na nota de repúdio, a CNA diz que ações coordenadas de depredação e vandalismo, como na Fazenda Igarashi, “demandam elevado grau de planejamento, típico de organizações criminosas dotadas de comando centralizado e apoio logístico, cujos movimentos não podem passar despercebidos pelas forças de segurança e pelas agências de inteligência do Estado brasileiro”. Entendendo que o crime contra o patrimônio teve razões políticas, a confederação pede que a Polícia Federal assuma o caso e apure as responsabilidades.
Em nota em sua página oficial, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) disse que, enquanto organização popular, não se envolveu na mobilização. O movimento classifica o episódio como ocupação e manifestação de comunidades agrícolas e reitera o apoio a denúncias contra o agronegócio, “principalmente quando existe um processo de privatização de recursos naturais e investimentos antipopulares, que neste caso, afeta diretamente as comunidades camponesas localizadas nas proximidades das fazendas”.
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