• Carregando...
Árvore típica da região amazônica, seringueira  tem 1,5 mil hectares cultivados no Paraná. | IVAN AMORIN / GAZETA DO POVO
Árvore típica da região amazônica, seringueira tem 1,5 mil hectares cultivados no Paraná.| Foto: IVAN AMORIN / GAZETA DO POVO

O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) quer ‘explorar’ ainda mais o potencial de uma árvore típica da região amazônica: a seringueira. A entidade lançou nesta semana o livro Cultivo de Seringueira no Paraná, o que deve auxiliar produtores a terem uma nova oportunidade de renda.

O estudo apresenta a seleção de áreas apropriadas ao plantio de seringais, formação de mudas e implantação do seringal até a extração do látex.

“São quase 30 anos de pesquisas condensados no livro. O Iapar começou a estudar a adaptação da seringueira no Paraná ainda no final da década de 1980”, resume o engenheiro florestal André Luiz Medeiros Ramos, autor da obra juntamente com os pesquisadores Jomar da Paes Pereira e Alex Carneiro Leal.

Para os autores,quatro pontos favorecem a oportunidade do cultivo da seringueira no estado: agronômico, econômico, social e ambiental. “Há extensas áreas favoráveis ao cultivo, e seringueira pode ser uma opção para pequenos e grandes produtores, em plantios puros ou em sistemas agroflorestais”, esclarece Ramos.

“Parcerias entre o governo e o setor privado vêm sendo desenvolvidas para estimular sua expansão, e nesse contexto o aporte de conhecimento técnico é fundamental. Daí a importância desta obra”, conclui o diretor de pesquisas Tiago Pellini.

Mandioca, manona e borracha

Natural da região amazônica, a seringueira (Hevea brasiliensis) pertence à família das euforbiáceas, a mesma da mandioca, mamona e pinhão-manso.

Assim como esses cultivos, a seringueira se adapta a outros locais, o que faz da árvore uma opção rentável para a diversificação de culturas, com uso de florestas plantadas em locais onde seu cultivo não é tradicional, como a Zona da Mata em Pernambuco, o Sul do Maranhão, o litoral Sul da Bahia, os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e, ainda, o Noroeste do Paraná.

Da árvore é possível extrair a borracha, que tem mercado bastante favorável a médio e a longo prazo, de acordo com Ramos. Atualmente, há déficit de aproximadamente 85 mil toneladas de borracha natural no mercado mundial.

O próprio mercado interno traz oportunidades. Cerca de 60% da borracha natural consumida no Brasil, é importada. “Para que o país atinja autossuficiência, será necessário o plantio de cerca de 700 mil hectares de seringais até 2020”, aponta o especialista.

Hoje são cultivados 1,5 mil hectares no Paraná, em plantios localizados principalmente nos municípios de Nova Esperança, Paranapoema e Santo Inácio. “O potencial de expansão da área é grande, em parte em função da condição de temperaturas registradas no Paraná, que favorecem a produtividade de látex”, conclui Ramos.

Historicamente, a seringueira chegou ao Paraná em plantios no litoral, mas a partir dos anos 1980 se desenvolveu na região Noroeste.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]