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Embarques devem passar ao patamar de 48 milhões de toneladas ao ano. | Foto: Andra© Rodrigues/gazeta Do Povo
Embarques devem passar ao patamar de 48 milhões de toneladas ao ano.| Foto: Foto: Andra© Rodrigues/gazeta Do Povo

Mesmo exportando mais, o Brasil deve faturar menos em 2015. A receita com as exportações do complexo soja do Brasil deverá cair 20,2% na comparação com 2014, para US$ 23,676 bilhões, devido a um recuo nos preços internacionais dos produtos, previu nesta quinta-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). A entidade reúne as principais empresas do setor.

A renda somada dos embarques de soja em grão, farelo e óleo deverá cair pelo segundo ano seguido, após um recorde de quase US$ 31 bilhões em 2013. Em 2014, a receita com as exportações do setor está projetada em US$ 29,66 bilhões. Uma queda de quase US$ 6 bilhões nas exportações tem potencial para afetar a balança comercial brasileira, que fechou, por exemplo, o ano de 2013 com superávit de apenas US$ 2,56 bilhões de dólares.

Somados, os embarques do complexo soja deverão compor o "principal produto" da pauta de exportações do Brasil este ano, superando até mesmo o minério de ferro, cujos preços estão em mínimas de cinco anos.

A queda na arrecadação das exportações de soja e seus produtos deverá ocorrer apesar da expectativa de volumes recordes embarcados de soja em grão e farelo de soja, que deverão somar 48 milhões e 14,5 milhões de toneladas em 2015, respectivamente. Isso porque os preços deverão despencar em meio a uma safra recorde de mais de 100 milhões de toneladas nos Estados Unidos, onde a colheita está começando, e também pelas perspectivas de uma nova produção histórica no Brasil em 2015, de 91 milhões de toneladas, segundo a Abiove.

Os preços médios da soja em grão exportada, por exemplo, vão cair 26% ante 2014, para US$ 370 por tonelada em 2015, considera a indústria. Já a cotação média do farelo exportado deverá recuar 26,7%, para US$ 330 por tonelada, na mesma comparação. O valor do óleo exportado cairá 17,2% ante 2014, para US$ 720 por tonelada.

Segundo a Abiove, os valores de venda estimados para 2015 preveem um bushel de soja em torno de US$ 10, mais prêmios. O primeiro contrato na bolsa de Chicago está em torno de US$ 9,22 por bushel, não muito diferente dos vencimentos mais distante.

Para o secretário-geral da Abiove, Fábio Trigueirinho, a grande oferta global esperada deverá acirrar a concorrência entre os principais exportadores. "Vai ser um ano de acirrada competição entre Brasil, Argentina e EUA", afirmou. Trigueirinho observou que a indústria pode trabalhar com preços altos ou baixos, e que a cotação mais baixa acaba sendo mais prejudicial às margens de rentabilidade do agricultor.

 

Safra tem potencial para até 96 milhões de toneladas, diz ministro

A nova safra de soja do Brasil, que está em fase inicial de plantio, tem potencial para atingir um recorde entre 90 milhões e 96 milhões de toneladas, avaliou nesta quinta-feira o Ministro da Agricultura, Neri Geller, citando clima favorável no Centro-Oeste. A safra 2013/14 atingiu 86,12 milhões de toneladas, segundo dados oficiais.

"No Centro-Oeste está chovendo muito há 10, 15 dias.... Ontem estive no Mato Grosso do Sul e realmente as chuvas estão muito estabilizadas", disse Geller após participar de um evento com empresários em São Paulo. "Moro há trinta anos lá (em Mato Grosso) e em poucos foi tão estável (o início das chuvas)."

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura, ainda não divulgou estimativa oficial para a colheita da nova temporada.

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