

Em fevereiro, no auge da seca que assolou a América do Sul no verão, as projeções oficiais apontavam para uma produção de 157 milhões de toneladas de grãos.
O recorde esperado para o ciclo atual (2011/12), está sendo impulsionado pela produção do milho safrinha. Apesar de a colheita do cereal estar engatinhando no Paraná, especialistas indicam que a safra deve ser cheia e passar praticamente ilesa ao clima, ao contrário do que ocorreu no ano passado.
"Não há previsão de geada para os próximos 15 dias nas regiões produtoras do cereal. A estiagem, que afetou a safra de verão, também não será um problema agora", salienta Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ele adianta ainda que, em setembro, a chegada do fenômeno El Niño pode trazer riscos às culturas de inverno, mas benefícios à safra de verão, a maior do país. "As chuvas devem aumentar, o que pode prejudicar o trigo, mas serão benéficas ao milho e à soja de verão", confirma.
Em comparação com o plantio de 2010/2011, a área do cereal teve um aumento de 22,7%. O 10.º levantamento da Conab calcula que o grão ocupou 7,2 milhões de hectares no país, contra 5,8 milhões de hectares semeados na temporada passada. Com isso, espera-se que a produção do milho chegue a 34,5 milhões de toneladas em 2011/12, ante 21,4 milhões colhidos em 2010/11. Os números devem ser confirmados daqui a um mês, quando se encerram os trabalhos de campo. Atrás apenas de Mato Grosso, o Paraná é o segundo estado a colher o maior montante de safrinha.
Efeito irreversível
Apesar da previsão de volume histórico para a produção de grãos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro deve fechar o ano abaixo do da temporada passada. Isso porque, em valores, a produção de milho não deve compensar a quebra registrada na produção de soja, principal commodity exportada pelo país. O preço do cereal é menos da metade do valor da oleaginosa. Enquanto o cereal é negociado a R$ 29 por saca (60 quios) em Paranaguá, a praça mais valorizada do estado, a soja é cotada a R$ 75 por saca.
Para Luiz Fernando Gutierrez, analista da Safras & Mercado, a tendência é de que, na safra 2012/13, iniciada em setembro no Brasil, a soja volte a ganhar terreno. "Os produtores devem tentar recuperar as perdas deste ano e o preço está alto no mercado", explica.
Além de perder mais de 800 mil hectares, no verão passado a seca fez a produção brasileira de soja recuar 8,95 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, a produção da oleaginosa ficou em 66,37 milhões de toneladas, contra 75,3 milhões alcançados há um ano.
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