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| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

A Tropical Melhoramento & Genética (TMG), de Cambé (PR), informou nesta semana ter recebido aprovação do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) para tecnologia inédita que identifica e seleciona plantas de soja com resistência à ferrugem asiática, principal doença foliar que ameaça o grão mais cultivado no Brasil.

A patente dá à TMG propriedade do método de identificação e seleção de plantas de soja contendo o gene de resistência Rpp5, através do uso de marcadores moleculares. A patente já tinha sido concedida nos Estados Unidos desde 2014. As plantas de soja com a tecnologia chamada Inox, quando atacadas pelo fungo da ferrugem (Phakopsora pachyrhizi), têm uma reação de hipersensibilidade (criando uma lesão escura) que necrosa o tecido foliar ao redor do ponto de infecção. Isso restringe a progressão do fungo, evitando a sua multiplicação e esporulação.

A ferramenta oferece maior facilidade de controle quando há focos da doença. “A patente é ainda um incentivo à inovação, o que mantém a pesquisa de novos genes que permitirão a manutenção da tecnologia Inox ao longo do tempo, com a combinação de inúmeros genes para ampliar e auxiliar o controle da ferrugem”, diz Francisco Soares Neto, diretor-presidente da TMG.

Alexandre Garcia, gestor de Pesquisa da TMG e um dos responsáveis pela patente, observa que o uso de marcadores moleculares virou rotina nos programas de melhoramento e uma ferramenta essencial para manter a competitividade no desenvolvimento de cultivares. “A seleção de plantas com resistência à ferrugem é desafiadora, pois existe uma complexa interação entre biótipos do patógeno e os genes de resistência da planta. Nesse cenário é imprescindível monitorar a introgressão e presença dos genes através do DNA. A TMG mostrou sua competência ao descobrir o gene Rpp5 e identificar formas de selecioná-lo por marcadores moleculares”.

Alexandre acrescenta que quando se trata de ferrugem, a genética é uma ótima ferramenta para atingir bons resultados de produtividade, mas o manejo adequado também é determinante para o sucesso da lavoura. “É imprescindível fazer as aplicações de fungicidas normalmente e seguir as recomendações de manejo. A vantagem é que o controle genético da Inox, associado ao uso de fungicidas, trazem segurança ao produtor e resultam em um controle muito mais efetivo e maiores produtividades, quando comparado com variedades suscetíveis, além de aumentar a longevidade das formas de controle da doença ”, afirma.

Nos dez anos seguintes à sua estreia em lavouras brasileiras, em 2003, a ferrugem da soja deu prejuízos anuais de US$ 2,5 bilhões. Nos últimos cinco anos, a observação do vazio sanitário da soja (que mata o fungo, por falta de hospedeiro), aliado à aplicação de um coquetel de fungicidas e melhor observação da rotação de culturas, reduziu os níveis de infestação.

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