Os produtos usados na produção de alimentos do Japão ao Brasil saem de um condomínio de viveiros e laboratórios que reproduzem as condições de cultivo das mais diversas regiões do planeta, incluindo umidade, temperatura e a emissão de raios ultravioletas. Na sede da Bayer CropScience, em Monheim, eles ocupam uma área de 60 hectares.
Um único barracão onde ficam estocadas substâncias sólidas para uso em experiências acumula 7,5 milhões de amostras. Trata-se de aproximadamente 3,9 milhões de produtos químicos diferentes e 3,6 milhões de compostos ou doses repetidas. Um sistema de inteligência permite a localização automática das substância que os pesquisadores requisitam. No local, os testes que conferem o que há em cada recipiente e dosam misturas programadas são realizados por cabines robóticas. Uma única cabine faz dezenas de misturas simultâneas.
O investimento em tecnologia é cada vez maior, conforme os pesquisadores. A empresa divulga que cada nova molécula ou novo produto custa cerca de US$ 200 milhões. Não à toa, perto de 10% do faturamento é destinado para a área de pesquisa e desenvolvimento. Segundo a Bayer, essa é a maior proporção do setor. Entre as quatro maiores empresas de defensivos agrícolas e sementes do mundo, os investimentos individuais vão de R$ 700 milhões a R$ 1,4 bilhão ao ano, atualmente.
O uruguaio Leonardo Pitta, responsável pelo desenvolvimento de inseticidas na sede da Bayer CropScience, conta que nem sempre as experiências chegam a um produto que possa ser lançado. Ele relata o caso de um inseticida que afetava o sistema hormonal do ser humano e teve de ser abandonado. "Há anos em que não lançamos nada. É uma grande frustração para quem trabalhou anos num projeto, mas não há o que fazer", relata.
Esse custo abrange as pesquisas de laboratório e os testes de campo. Uma pesquisa começa com testes que envolvem 1 milhão de substâncias. Em quatro estágios seguintes, normalmente realizados na Alemanha, chega-se a 250 compostos prováveis. Desses, 15 chegam a testes que podem ser realizados nos próprios países que vão usar o defensivo, explicam os pesquisadores. Além de atacar o problema-alvo, as pesquisas não podem deixar de investigar a compatibilidade ambiental (residual aceitável), a viabilidade econômica (custo) e o grau tóxico do produto.
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