• Carregando...
Variação climática afetou trabalhos de plantio e colheita durante a safra 2012/13 | Hugo Harada/gazeta Do Povo
Variação climática afetou trabalhos de plantio e colheita durante a safra 2012/13| Foto: Hugo Harada/gazeta Do Povo
  • No Piauí, estiagem prolongada impediu formação completa dos grãos de soja na safra passada

Nem El Niño, nem La Niña. Os dois fenômenos que tornam o clima mais previsível estão sendo descartados pelos meteorologistas para 2013/14, que começa a ser plantada no Brasil dentro de seis semanas. Eles confirmam que o quadro de neutralidade deve predominar até o final deste ano de Norte a Sul do país. Essa foi a mesma perspectiva lançada às vésperas do plantio de verão de 2012/13, uma safra de altos e baixos, marcada por novo recorde de produção graças à sorte dos principais estados produtores.

O Rio Grande do Sul foi castigado no início do ciclo, com seca, granizo e temporais. No final, houve regiões seriamente prejudicadas por falta de chuva em Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Bahia e Piauí. No Paraná e em Mato Grosso houve apenas estiagens localizadas.

As regiões que sofreram com seca em 2012/13 começam a tomar medidas preventivas para reduzir impactos climáticos. Entre as alternativas, está a substituição do milho por soja, já confirmada na região central de Santa Catarina. Na Bahia, produtores que vinham ampliando a área de soja em zonas de risco colocam o pé no freio.

A neutralidade climática remete à alternância de períodos de seca e de chuvas intensas – que nem sempre favorecem as regiões agrícolas. “Haverá curtos períodos com muita chuva e períodos maiores com pouca ou nenhuma precipitação”, avalia Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Ele explica que quando a situação é de neutralidade ou de La Niña (resfriamento das águas do Oceano Pacífico) há maior risco de quebras climáticas.

No Piauí, estiagem prolongada impediu formação completa dos grãos de soja na safra passada

Plantio com chuva

Em 2012 essa condição prejudicou o início do plantio no Rio Grande do Sul, que sofreu com um período de estiagem seguido da incidência de chuvas de pedra. Marco Antonio Santos, da Somar Meteorologia, indica que o fato pode se repetir neste ano. “As frentes frias e massas de ar polar entram mais facilmente, o que favorece a ocorrência de granizo”.

Em relação à umidade, no entanto, ele avalia que o vai e vém do tempo deve diminuir na Região Sul, pelo menos em outubro, com chuvas bem distribuídas no auge do plantio. Já no Nordeste a estabilidade está prevista para novembro. “O início da safra será muito parecido com o do ano passado”, resume.

117,8 milhões de toneladas. Foi quanto o Brasil colheu de soja e milho no último verão. Volume 14% acima do ciclo anterior, de clima neutro, e 10% superior ao último ano de La Niña.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]