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Produção, exportação e consumo de carne suína fizeram com que setor de proteína animal pudesse alimentar brasileiros e estrangeiros
Produção, exportação e consumo de carne suína fizeram com que setor de proteína animal pudesse alimentar brasileiros e estrangeiros| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

A crise que o novo coronavírus causou mundialmente afetou a economia internacional. Mas se há um setor que não pode reclamar dos números é o da produção de proteína animal. O Brasil não apenas está produzindo mais carnes de franco e suína, bem como ovos, como está exportando e consumindo mais esses produtos. E as expectativas não são boa somente para este ano, mas também para 2021.

De acordo com as projeções da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 14,5 milhões de toneladas no ano que vem, número que superaria em 5,5% os números totais previstos para 2020. Já as exportações deverão chegar a 4,35 milhões de toneladas, superando em até 3,6% o total que deverá ser exportado pelo Brasil este ano. No mercado interno, a disponibilidade do produto pode chegar a 10,1 milhões de toneladas (+6,5%), com consumo per capita de até 47 quilos (+4,4%).

A produção brasileira de ovos também deverá manter o ritmo de crescimento no próximo ano, com total de 56,2 bilhões de unidades, número 5% superior ao previsto para 2020. O consumo de ovos deve seguir em crescimento, chegando a 265 unidades em 2021, com alta de 6% em relação à 2020.

Já a produção de carne suína poderá totalizar 4,4 milhões de toneladas em 2021, número até 3,5% superior à produção projetada para 2020. No comparativo do mesmo período, a alta esperada para as exportações de 2021 poderá alcançar até 10%, com total de 1,1 milhão de toneladas previstas. No mercado doméstico, a oferta poderá chegar a 3,32 milhões de toneladas, saldo até 3% maior que as projeções para 2020. E o consumo per capita poderá apresentar alta de até 2%, chegando a 15,6 quilos.

“A pressão asiática por carne de frango e carne suína do Brasil deverá se manter em patamares elevados em 2021.  Ao mesmo tempo, há expectativa de retomada por importadores relevantes, como é o caso das Filipinas. Também é esperada a renovação da cota de importação pelo México no próximo ano. O efeito ‘Olimpíadas’ também deve favorecer as vendas para o Japão, país que é presença constante entre os três principais destinos de carne de frango”, analisou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fechando 2020

No que diz respeito ao término deste ano, os dados são surpreendentes, segundo a própria ABPA. Há recordes históricos, como no caso da produção de carne de frango, da produção e das exportações de carne suína, e da produção e consumo per capita de ovos.

“Apesar do momento altamente desafiador vivido neste ano, com custos em patamares históricos e os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia, a avicultura e a suinocultura do país fecharão o ano com resultados positivos. O setor de proteína animal, ao mesmo tempo em que apoiou o abastecimento de alimentos do Brasil em meio à crise, fomentou novas oportunidades de trabalho e a economia de centenas de cidades”, afirmou Santin.

Avicultura

Segundo a ABPA, a produção brasileira de carne de frango deverá alcançar até 13,8 milhões de toneladas em 2020, alta de 4,2% em relação às 13,245 milhões de toneladas produzidas em 2019.

Já os embarques do setor poderão chegar a 4,23 milhões de toneladas, número comparativamente 0,5% superior em relação ao registrado no ano passado, com 4,214 milhões de toneladas.

Com isto, a disponibilidade total prevista para o mercado interno deve chegar a 9,6 milhões de toneladas, volume 6,3% maior em relação ao mesmo período de 2019, com 9 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá chegar a 45 quilos em 2020, dado 5% maior em relação ao registrado em 2019, com 42,84 quilos.

A produção de ovos, que dobrou de tamanho ao longo da última década, deve alcançar 53,5 bilhões de unidades produzidas em 2020, número 9,1% superior ao registrado em 2019, quando foram produzidas 49 bilhões de unidades.

Já o consumo per capita do setor deverá alcançar 250 unidades neste ano, 8,7% a mais que o índice registrado em 2019, com 230 unidades.

Suinocultura

A produção de carne suína brasileira também não deixou a desejar e poderá alcançar até 4,3 milhões de toneladas neste ano, número 8% superior ao alcançado em 2019, com 3,983 milhões de toneladas.

Já as exportações do ano deverão, pela primeira vez, superar a casa de 1 milhão de toneladas, com total previsto de até 1,03 milhão, número 37% superior em relação às 750 mil toneladas exportadas em 2019.

No mercado interno, a disponibilidade total poderá totalizar 3,3 milhões de toneladas, número até 2% superior ao registrado em 2019, com 3,233 milhões de toneladas. O consumo per capita deverá acompanhar o crescimento vegetativo da população, estabilizado em 15,3 quilos.

Para o presidente da ABPA, assim como em 2019, a crise sanitária de Peste Suína Africana que impactou o rebanho suíno da Ásia, de parte da Europa e da África seguiu impulsionando as exportações brasileiras de aves e de suínos.

“As nações asiáticas se consolidaram como principais importadoras das carnes de aves e de suínos do Brasil, e foram os principais vetores do resultado do ano nos dois setores”, disse. De acordo com ele, outro grande fator de impacto nos setores produtivos foi a pandemia de Covid-19. “No mercado interno, o programa de auxílio do Governo Federal foi determinante para a garantia de acesso às proteínas nos núcleos da população mais impactados pela redução da atividade econômica.”

Em 11 meses

As exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram em novembro 350,7 mil toneladas, volume 5,6% superior ao registrado no mesmo período de 2019, quando foram exportadas 332 mil toneladas.

Em receita, as exportações de novembro alcançaram US$476,8 milhões, número 11,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2019, com US$ 537,5 milhões.

No acumulado do ano, as vendas de carne de frango mantêm alta de 0,69%, com 3,849 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e novembro de 2020 e 3,823 milhões de toneladas no mesmo período de 2019. A receita em dólares acumulada no período é de US$5,543 bilhões, número 12,8% menor em relação ao registrado em 2019, com US$6,358 milhões.

Já os embarques de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) chegaram a 87,5 mil toneladas em novembro, número 31,7% superior ao efetivado em 2019, com 66,4 mil toneladas.

Em receita, a alta das exportações do décimo primeiro mês do ano chega a 35,7%, com US$202,7 milhões de dólares, contra US$ 149,3 milhões em novembro de 2019.

No acumulado de 2020 (janeiro a novembro), as vendas internacionais de carne suína chegaram a 940,9 mil toneladas, número 39,5% maior que o total embarcado no mesmo período de 2019, com 674,2 mil toneladas.

E, pela primeira vez na história, as exportações de carne suína do Brasil ultrapassaram a casa de dois bilhões de dólares, chegando a US$ 2,079 bilhões, número 47,1% maior que os US$ 1,413 bilhão realizados entre janeiro e novembro de 2019.

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