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Juntas, elas somaram uma receita superior a R$ 40 bilhões, o equivalente a 65% dos pouco mais de R$ 60 bilhões do sistema cooperativo paranaense. | Arquivo/Gazeta do Povo
Juntas, elas somaram uma receita superior a R$ 40 bilhões, o equivalente a 65% dos pouco mais de R$ 60 bilhões do sistema cooperativo paranaense.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

Em sete anos, o seleto grupo de cooperativas com faturamento superior a R$ 1 bilhão ganhou sete novos integrantes no Paraná. De apenas seis em 2008 (Coamo, Cocamar, C.Vale, Lar, Agrária e Integrada) o clube do bilhão soma hoje 13 cooperativas. A considerar o faturamento registrado em 2015, nos últimos anos passaram a reforçar o time as cooperativas Copacol, Castrolanda, Coopavel, Frimesa, Frísia (antiga Batavo), Copagril e Coasul. As 13 cooperativas aparecem no ranking das 1000 maiores empresas do Brasil, divulgado há poucos dias pela revista Exame.

Juntas, elas somaram uma receita superior a R$ 40 bilhões, o equivalente a 65% dos pouco mais de R$ 60 bilhões do sistema cooperativo paranaense. Três delas respondem por quase R$ 20 bilhões dos R$ 40 bilhões – Coamo, C.Vale e Lar. E uma delas, a Coamo, sozinha, por R$ 10 bilhões. É muito dinheiro. Ou melhor, é muita renda. E uma renda distribuída. Porque a essência da cooperativa é a distribuição de renda. O que merece destaque, no entanto, é que a geração dessa receita também está distribuída. E bem distribuída, por todas as regiões do estado.

Embora cada cooperativa esteja presente em pelo menos dez municípios em sua área de atuação, a título de análise do papel econômico e social do sistema, vamos olhar apenas as cidades onde elas surgiram e também onde está a sede de cada uma. Campo Mourão, Maringá, Palotina, Medianeira (duas das treze), Guarapuava, Londrina, Cafelândia, Castro, Cascavel, Carambeí, Marechal Cândido Rondon e São João. Do Oeste aos Campos Gerais, do Norte ao noroeste, sudeste e região central, em praticamente todo o Paraná.

O avanço das cooperativas em faturamento coincide com a década de ouro do agronegócio brasileiro. Um período em que o país praticamente dobrou a produção e mais que dobrou as exportações de proteína animal e vegetal. O Brasil acessou novos mercados, investiu em tecnologia e ganhou competitividade no disputado mercado internacional. O Brasil, por exemplo, passou a liderar as exportações mundiais de frango e de soja. E passou a embarcar milho, mercado que antes não existia à produção brasileira.

No Paraná, as cooperativas não apenas aproveitaram essa oportunidade como foram além. Em uma nova onda agroindustrial, como a vivida na década de 90, o estado investiu na indústria da transformação, adicionou mais valor e renda à produção primária e se destacou ainda mais no comércio global. Atualmente, mais da metade da produção do estado passa por algum estágio de processamento.

O investimento se reverteu em resultado não apenas ao sistema cooperativo, como ao agronegócio paranaense. O próximo passo, ou a próxima meta das cooperativas, é chegar aos R$ 100 bilhões de faturamento nos próximos anos. Entre as estratégias está uma presença mais forte no varejo, o que depende, basicamente, de mais agroindústrias, com maior agregação de valor.

Cotações na gangorra

Menos mal que boa parte da produção de soja brasileira da safra passada já foi vendida, embarcada ou processada pelas indústrias de esmagamento. Com a queda nas cotações internacionais, balizadas pela Bolsa de Chicago, e o câmbio desfavorável, com o real se valorizando frente ao dólar, em julho a saca veio abaixo de R$ 80, média verificada no mercado paranaense no mês de junho. Na sexta-feira, os negócios no estado tiveram média de R$ 73,04/saca de 60 quilos, segundo monitoramento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura do Paraná (Seab). Em apenas um mês, na cotação em reais a saca de soja recuou mais de R$ 7.

Em Chicago, a cotação em dólar/bushel despencou de US$ 11,77 em 12 de junho para US$ 10 na última sexta-feira. O contrato de novembro, referência para a safra no Brasil, recuou ainda mais e fechou a semana a US$ 9,87. O dólar, variável que vinha dando sustentação ao mercado brasileiro e mantendo a cotação interna descolada de Chicago, caiu de US$ 3,60 para US$ 3,25, impactando sobre maneira na remuneração da soja nacional. Se o câmbio vier a R$ 3, na relação direta com Chicago a US$ 10, nos próximos meses preço da saca de soja por cair a R$ 66. Além do câmbio, outra variável cada vez mais ativa é o desempenho da safra dos Estados Unidos, em pleno desenvolvimento.

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