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O mercado global das commodities agrícolas tem basicamente dois eixos, um nos Estados Unidos e outro na América do Sul. A edição de hoje do Agronegócio mostra – com reportagens sobre o 1º Fórum de Agricultura em Foz do Iguaçu e sobre os desafios sul-americanos – que eles não giram na mesma velocidade. Um descompasso que, mais cedo ou mais tarde, terá de ser acertado.

Debates centrais sobre o mercado e a produção são realizados todos os anos pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o Usda. No Agricultural Outlook Forum, os especialistas e líderes do agronegócio buscam um espelho das tendências de oferta e demanda. Porém, é a América do Sul que colhe a maior parte da soja e do milho lançados no mercado internacional. E um espelho da região, como o oferecido pelo 1º Fórum de Agricultura, tende a ser bem mais do que uma miragem. É capaz de emitir um reflexo fiel das tendências do setor produtivo.

Embora esteja menos lubrificado, ou possa estar fora de seu centro de rotação, o eixo produtivo sul-americano gira numa velocidade cada vez maior. Nesse movimento, torna-se a verdadeira tração do agronegócio de exportação. E assim que dispuser de dados organizados sobre seu ritmo de trabalho, deverá assumir de vez essa condição. A disponibilidade de terras e água e os resultados das novas tecnologias não deixam dúvidas sobre o potencial regional.

A safra atual representa um marco nessa transferência de responsabilidade do Norte para o Sul. Na soja, a demanda externa sustenta as cotações e se encarrega de estimular o cultivo da maior área já semeada no Brasil, na Argentina e no Paraguai – 1º, 3º e 4º maiores exportadores. No milho, a região tenta se firmar como fornecedor assíduo, ao mesmo tempo em que desenvolve sua demanda interna.

Mas o momento não é de comemoração. O descompasso entre os eixos produtivos e a visibilidade reduzida da América do Sul no mercado global indicam que há muito a ser feito. O primeiro passo será aprender com os vizinhos, um desafio apresentado pelos debates desta semana em Foz do Iguaçu. Quando a região trilhar um caminho conjunto, o mercado internacional saberá reconhecer o embalo regional.

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