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Crescimento na produção de grãos reduz custos da cadeia de carnes e estimula aumento na oferta de frangos

A avicultura está levando mais tempo que o previsto para voltar à linha de crescimento. Após um 2012 crítico, com alta nos custos e queda nos preços, o setor começou a se recuperar no final do ano passado. Mas, nos primeiros meses deste ano, o mercado perdeu fôlego. O preço médio pago pela carne vem caindo, acompanhado de uma redução no volume de exportações. O cenário invoca as lições aprendidas com a última crise e põe o setor em estado de alerta.

O excesso de carne no mercado foi o grande vilão do mercado no ano passado. Com ampla oferta, a cadeia produtiva teve de suportar a alta nos custos da ração. Somente após o mês de agosto, com ajustes na produção, o mercado voltou a se equilibrar. No balanço de 2012, o valor das exportações de carne de frango in natura caiu 4,7% em relação a 2011 (de US$ 7 bilhões para US$ 6,7 bi), mas houve alta de 10,4% no valor dos embarques de produtos industrializados (US$ 433 milhões para US$ 478 mi), conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O movimento, que indicava uma retomada, mudou de direção. No primeiro trimestre desse ano, as exportações totais recuaram 7,9% em volume na comparação com 2012. E apesar do valor dos embarques ter subido 2,6% no período, a remuneração vem caindo. “As exportações não estão tão boas. O Japão, que é um importante importador, está em recessão e isso reflete no resultado do setor”, afirma Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado.

No Paraná, o preço médio de R$ 2,46 pelo quilo do frango vivo consolidado em dezembro animou a avicultura. Porém, as baixas chegaram a 20%. O recuo médio de março é de 5%, considerando as cotações da virada do ano. Segundo Heloísa Xavier, analista de mercado da Jox Assessoria, parte dessa queda é explicada pelo excesso de oferta. “Há fragilidade nos preços e o mercado ainda não encontrou um ponto de equilíbrio.”

No curto prazo, Iglesias avalia que os preços devem continuar caindo, com possibilidade de recuperação no segundo semestre, mas não nos mesmos níveis do fim de 2012.  Apesar disso, ele destaca que, se a oferta continuar crescendo, há risco mais sério no longo prazo. “Se a safra nos Estados Unidos e no Brasil for boa, com disponibilidade de grãos a custo baixo, pode haver um estímulo a aumentar a produção, o que pode ser um erro”, aponta.

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