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Em Pato Branco e região, segundo a Coopertradição, os produtores rurais estão confirmando a expectativa de safra cheia. | Pedro Serápio/Gazeta do Povo
Em Pato Branco e região, segundo a Coopertradição, os produtores rurais estão confirmando a expectativa de safra cheia.| Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo

Os produtores da região de Pato Branco estão mais ansiosos do que nunca para colher a primeira leva de soja e milho. Com a proibição da segunda safra de soja, prática comum até o ano passado na região, os agricultores apostam firme no feijão e no milho safrinha - cerca de 80% da área destinada à primeira safra. Mas com apenas 15% dos grãos de verão colhidos, tem muita gente repensando se vale o risco de implantar uma segunda lavoura na região.

Douglas Cardoso Júnior, de Pato Branco, é um desses produtores. Ele conta que no ano passado plantou milho segunda safra. “No dia 15 de maio tivemos uma geada que derrubou a produtividade. Nesse ano quero ver se coloco feijão e faço cobertura”, revela. Ele não descarta a possibilidade de destinar uma parte dos seus 290 hectares cultivados, mas admite achar complicado pelo risco.

Em uma propriedade próxima, Adriano Iopp pilotava a colheitadeira pensando nos próximos passos. Ele vai apostar os seus 40 hectares no feijão. “Plantando nessa época, em fevereiro, chega lá na frente, o milho não baixa a umidade, não dá pra colher, vai dando um desespero”, diz.

E toda essa preocupação não é em vão. Alberto Santin, gerente comercial da Coopertradição, sediada em Pato Branco, alerta que a cada dia que passa, o risco da segunda safra aumenta consideravelmente. “A colheita está atrasada em 15 dias, no ano passado nessa época já chegava a 40%. Tem muito produtor que está com tudo comprado e vai arriscar, mas todo mundo sabe que o clima é quem vai definir lá na frente”, alerta.

Polêmica

O presidente do Sindicato Rural de Pato Branco, Oradi Francisco Caldato, olha para a situação com a mesma preocupação. E ele enfatiza que a situação seria outra, caso não tivesse sido excluída a possibilidade de se fazer soja safrinha no Paraná - especialmente no sudoeste que tem a particularidade de ter clima mais frio. “Se for para arregaçar as mangas e trabalhar junto com todo mundo e para o bem da nossa agricultura, somos parceiros. Mas nosso estado vizinho, a poucos quilômetros de distância faz safrinha de soja, os países vizinhos nossos fazem, e nós estamos sendo penalizados”, crítica.

Produtividade

Em Pato Branco e região, segundo a Coopertradição, os produtores rurais estão confirmando a expectativa de safra cheia. A soja tem rendido uma média de 70 sacas por hectare. No caso do milho o volume médio é de 180 sacas por hectare. “Temos que manter a cautela, porque dependemos do clima, mas se seguir assim caminhamos para uma safra recorde”, analisa Santin.

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