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Montanhas de milho são vistas na beira de rodovias ao lado de armazéns lotados. | Giovani Ferreira/Gazeta do Povo
Montanhas de milho são vistas na beira de rodovias ao lado de armazéns lotados.| Foto: Giovani Ferreira/Gazeta do Povo

Os Estados Unidos venceram o clima. A safra 2016/17, em plena colheita, será recorde e sem precedentes na história do agronegócio moderno do país e do mundo. Uma combinação quase que perfeita entre clima e tecnologia surpreende o mercado, os analistas e os próprios produtores. Com rendimentos médios acima de 11 mil quilos no milho e mais de 3,5 mil quilos/hectare na soja, os norte-americanos inauguram um novo patamar de produtividade. O desafio agora é garantir preço e rentabilidade à tamanha produção.

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Opinião: Clima e tecnologia, os segredos da super safra dos Estados Unidos

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  • Primeiro roteiro começou por Wisconsin, estado líder na qualidade de lavouras nos EUA.
  • O fazendeiro Mark Halverson, de Deerfield, Wisconsin, aposta na quantidade para evitar prejuízos.
  • De acordo com o Wisconsin Farm Bureau Federation, o estado tem hoje 69 mil fazendas, que geraram US$ 88,3 bilhões.
  • Winsconsin cultiva 5,8 milhões de hectares. Nesta safra, o milho ocupou 1,65 mi; e a soja, 0,8 mi.
  • Illinois lidera a produtividade de grãos nos Estados Unidos, tanto em milho quanto em soja.
  • Em Lexington, Illinois, o produtor Terry Giannoni diz que colheita será boa, mas não fantástica.
  • Em Illinois, no Corn Belt, a safra será recorde.
  • Tricia Braid e Phil Thornton, do Illinois Corn, instituição que representa os produtores de milho do estado, afirmam que a produtividade está de 10% a 20% maior do que na safra passada.
  • A excelência da soja em Minnesota contrapõe até mesmo o último relatório do USDA, que estimou produção e produtividade abaixo da média norte-americana.
  • Mike Riley, em Minnesota, cultiva 850 hectares de milho e soja. Para ele, sucesso de produtividade foi resultado do clima.
  • O terceiro estado visitado pela Expedião Safra foi Minnesota. Diretor da Minnesota Soybean, Kim Nill, diz que o estado aumentou um pouco as exportações para a China, a produção de biodiesel e a produção de carne.
  • Com uma produtividade de média até o momento de 209,5 sacas por hectare ou 12.573 kg/ha, os agricultores de Iowa se preparam para um desempenho sem precedentes.
  • Para os produtores Gordon Assinaar e Will Cannon, do Iowa, o clima foi favorável.
  • Com uma colheita estimada em 68 milhões de toneladas, a volume do cereal no Iowa equivale a mais de 80% de todo o milho produzido no Brasil
  • Produtor Chris Hendricks, em Indiana. O estado foi o último visitado nos Estados Unidos durante o primeiro trecho da Expedição Safra 2016/17.

O mercado, de certa forma, já precificou o potencial das mais de 380 milhões de toneladas de milho e 115 milhões de soja. As cotações só não vieram para perto ou para baixo dos US$ 9/bushel na soja e US$ 3,5 no milho porque a demanda segue mais aquecida que as previsões. Contudo, à medida que a colheita avança para o final, fica mais difícil sustentar os atuais níveis de preços na Bolsa de Chicago. Outra preocupação do mercado vem agora da América do Sul, região que intensifica o plantio e pode adicionar mais de 280 milhões de toneladas de soja e milho em uma oferta já saturada.

Nem todos os agricultores tiveram a mesma sorte ou seguiram a mesma estratégia de Will Cannon, de Praiare City, região central de Iowa. Ele decidiu apostar alto, aproveitou uma janela de mercado e vendeu mais da metade da sua produção de soja e milho de forma antecipada, no mercado futuro. Isso ainda em maio e junho, quando as cotações estavam até US$ 1,2 melhores por bushel. “Usei uma estratégia mais agressiva”, salienta. Quem não teve a mesma sorte de Will espera uma nova reação dos preços e reza para um aumento no consumo.

“Estamos conversando com empresas automobilísticas para entender como eles vão fazer motores mais potentes para combustíveis de alta octanagem. O etanol é o mais barato deles”, diz a porta-voz do Illinois Corn, Tricia Braid. A instituição trabalha, ainda, para aumentar o nível de etanol de milho na gasolina comum, bem como o limite de incentivos fiscais para as distribuidoras que compram o combustível. Essas, porém, são vias de longo prazo. “A saída mais rápida é aumentar as exportações”, complementa Phil Thornton, diretor de valor agregado do Illinois Corn. O desafio passa por ampliar os mercados existentes e, até mesmo, criar novas opções.

Sustentadas na demanda, as cotações da soja estão abaixo do que os produtores desejam. Mas ainda assim maiores de US$ 0,80 e US$ 1/bushel do que na mesma época do ano passado, quando a produção foi menor. Agora, o sentimento geral parece ser de que a alta produtividade vai compensar uma eventual queda maior de preços. “Vamos acabar ganhando o mesmo tanto por área”, afirma o produtor Mike Riley, do Minnesota, que conseguiu 85 sacas da oleaginosa/hectare, 50% acima da média nacional.

No caso do milho, a situação é um pouco mais preocupante. O rendimento de Riley aumentou 3% em relação à temporada passada, está estimado atualmente em 183,5 sc/ha, e as cotações por bushel já estão em média US$ 0,30 mais baixas do que outubro de 2015. “Por isso, todo mercado é importante para nós”, ressalta Shannon Textor, porta-voz do Iowa Corn. “É um grande desafio.”

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