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Com cada vez menos milho sendo plantado nos Estados Unidos, Brasil espera ocupar brecha no mercado internacional. | ALBARI ROSA/ALBARI ROSA
Com cada vez menos milho sendo plantado nos Estados Unidos, Brasil espera ocupar brecha no mercado internacional.| Foto: ALBARI ROSA/ALBARI ROSA

Após superar os norte-americanos em exportação de soja durante a temporada 2016/17, o agronegócio brasileiro trabalha para se consolidar como o grande fornecedor mundial da oleaginosa. Segundo dados da Expedição Safra, o Brasil também tem potencial para aumentar os embarques de milho e fazer frente aos Estados Unidos.

Para acompanhar as tendências de mercado, a equipe da Expedição Safra participa da 94ª edição do Agricultural Outlook Forum. O evento, promovido pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o USDA, começa nesta quinta-feira (22) e se estende até a sexta-feira (23), em Arlington, Virginia (EUA). Participam da discussão representantes de vários elos da cadeia produtiva, de todos os continentes.

No ciclo atual, o Brasil deve embarcar 21% mais soja que os norte-americanos, alcançando a marca de 69,20 milhões de toneladas – contra 57,15 milhões de toneladas de soja dos EUA. Os dados são da Expedição Safra e do USDA. Em 2016/17, o Brasil exportou 68,15 milhões de toneladas, contra 59,16 milhões de toneladas dos EUA.

“Os preços praticados nos últimos cinco anos têm desestimulado os produtores norte-americanos a exportar soja. Por outro lado, para o Brasil, continua sendo interessante por causa do câmbio, que remunera melhor o produtor”, explica o gerente do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo e coordenador do projeto, Giovani Ferreira.

Quando o assunto é milho, o cenário também é favorável para as exportações brasileiras. Em dez anos, os embarques saltaram de 6,4 milhões de toneladas do cereal (2007/08) para 29,22 milhões de toneladas (2016/17) – crescimento de 356,5%.

Enquanto isso, os EUA registram queda nos embarques de milho: passando de 58,24 milhões de toneladas na safra 2016/17 para 52,07 milhões de toneladas neste ciclo. “Essa tendência deve se manter nos próximos cinco anos, pois os EUA estão reduzindo a área destinada ao cereal, o que favorece o agronegócio brasileiro que ainda tem capacidade de expandir a área plantada”, completa Ferreira.

Expectativas do mercado dão conta de que, pela primeira vez em 35 anos, a área semeada com soja pelos produtores norte-americanos deve superar a extensão plantada com milho, por dois motivos principais: as condições climáticas mais secas nas últimas safras – para as quais o milho é menos tolerante – e o preço, já que, com a soja, paga-se 2,5 vezes mais. São esperados 36,7 milhões de hectares para oleaginosa, contra 36,47 milhões de hectares para o cereal.

No Brasil

Nos dias 23 e 24 de agosto deste ano, Curitiba (PR) recebe o 6º Fórum de Agricultura da América do Sul. O evento é promovido pelo Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo desde 2013 e reúne, anualmente, mais de 500 participantes. Durante a programação, representantes de várias cadeias produtivas vão debater o desenvolvimento do agronegócio internacional a partir da realidade sul-americana. Nesta edição, o Fórum tem como tema central “O campo digital e conectado. O grande desafio do século 21”. “O desafio é conectar o campo à inteligência artificial para ganharmos ainda mais competitividade”, enfatiza Ferreira.

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