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| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

A equipe da Expedição Safra retomou a estrada nesta semana para conferir a recuperação da produção de soja e milho nos principais países produtores da América do Sul. Depois de percorrer os estados produtores do Brasil, a equipe de técnicos e jornalistas agora passa por Paraguai, Argentina e Uruguai na fase de colheita. O ano promete ser de safra boa, apesar de algumas perspectivas de quebra por questões climáticas.

Dos 13 anos de Expedição Safra, este é o 10° ano em que a equipe visita os países sul-americanos. “São países que têm uma produção menor que a do Brasil, mas se somados, incluindo no nosso país, a América do Sul representa 60% da produção mundial de soja”, pontua Giovani Ferreira, coordenador da Expedição Safra, que deve percorrer mais de 5 mil quilômetros pela América do Sul.

Ele destaca, por exemplo, a recuperação da Argentina, que teve uma quebra de safra violenta no ano passado. No ciclo 2017/18, o país produziu 37 milhões de toneladas e neste ano deverá produzir 57 milhões de t – 54% acima. O volume exportado da oleaginosa deve saltar nesta safra 280%, isso porque em 2018 a Argentina mandou apenas 2,10 milhões de t para fora do país e este ano deve mandar 8 milhões de t. Os números são da própria Expedição Safra.

No caso do Uruguai, a equipe da Expedição visitará este ano pontos estratégicos para a logística da safra em toda a América do Sul. O país, juntamente com a Bolívia, hoje produz 8 milhões de toneladas de soja. “Pela primeira vez vamos a Nueva Palmira, que fica na Bacia do Prata, no Uruguai. Toda a produção do Paraguai está descendo pelo Rio Paraguai e Rio Paraná para carregar na Bacia do Prata. Essa é uma cidade estratégica para escoar a produção”, observa Ferreira.

Apesar de em linhas gerais a quantidade de soja exportada pelos países da América do Sul ser menor do que a do ano passado, Ferreira explica que na verdade o que está ocorrendo é um ajuste no volume exportado, já que no ciclo anterior as condições climáticas e de mercado eram mais favoráveis e os países sul-americanos exportaram soja além do normal.

Paraguai

No Paraguai, onde a Expedição passou nesta semana, os produtores têm uma estimativa de quebra de safra recém-colhida entre 15% e 20% devido a problemas climáticos. A Câmara Paraguaia dos Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (CAPECO) acredita que o volume de soja produzido neste ano será de 7,5 milhões de toneladas, contra 9,2 milhões no ano passado. Devido à quebra, os produtores aumentaram de 600 mil para 800 mil hectares a área plantada com safrinha de soja, que deve render mais 1,5 milhão de hectares.

A segunda safra não é recomendada agronomicamente por favorecer o aparecimento de pragas e doenças, mas é popular no Paraguai. Arlei Rockenback, brasiguaio de Santa Rita, assegura que “a safrinha viabilizou a agricultura no Paraguai” por sua alta liquidez. O vizinho dele, Adir Lui, natural de Palotina (PR), não se deixa seduzir. “Nunca plantei soja safrinha, sou contra quem planta comercialmente. Além de tudo, porque o custo de fungicida, inseticida, herbicida está muito alto”, diz.

No ciclo 2017/18, a safra do Paraguai quebrou pela primeira vez a marca das 10 milhões de toneladas de soja. Além do impulso do clima perfeito, os paraguaios surfaram na onda dos preços de soja sobrevalorizados na América do Sul, por causa da guerra comercial entre EUA e a China. Alguns produtores chegaram a receber adicional de 8 dólares a 15 dólares por tonelada do preço em Chicago. Atualmente, o prêmio é negativo: entre US$ 40 e US$ 42 abaixo do preço da bolsa americana.

Além dos principais estados produtores do Brasil e América do Sul, a Expedição também passou pelos Estados Unidos e ainda terá agendas a cumprir no México em maio. O país da América do Norte tem aumentado o comércio de produtos agropecuários com o Brasil, abrindo uma janela de novas oportunidades.

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