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 | Michel Willian/Gazeta do Povo
| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

Apesar da instabilidade climática que afetou o plantio e crescimento da soja na maior parte das áreas produtoras de grãos do país os produtores de São Paulo, Minas Gerais e de Goiás não devem ter grandes perdas de produtividade, se comparadas as médias dos últimos anos. O veranico que pegou muita gente de surpresa no final do ano passado e início deste ano trouxe prejuízos sim, para quem investiu em tecnologia e bom manejo do solo a perda não será tão significativa.

A equipe da Expedição Safra pode conferir isso de perto ao rodar pelos três estados para acompanhar a fase de colheita da safra e plantio da safrinha de milho. O trecho começou em Itapeva (SP), onde ocorreu no início de fevereiro o Seminário Expedição Safra 2018/2019, que discutiu sobre manejo, mercado e tecnologia agrícola. Também conversamos com produtores de sementes para saber qual a principal demanda dos produtores em relação a esses insumos, especialmente em época de escassez hídrica.

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Na sequência, o grupo de jornalistas e técnicos visitou propriedades rurais em Itaberá e Cândido Mota, também no estado de São Paulo. Estivemos no Sítio Caetê, onde a integração de atividades agrícolas com a pecuária tem dado produtividades de até 72 sacas por hectare, graças à adubação orgânica proveniente do gado leiteiro da fazenda.

Já em Cândido Mota, no Vale do Paranapanema, pudemos constatar que o calor acima da média neste ano chegou a atrasar o plantio do milho safrinha. Na propriedade da família Palharini a soja “fritou” no campo devido a uma estiagem de quase 1 mês. A falta dea chuva deixou apreensivos os produtores da região. Segundo o consultor Leandro André Fernandes, da Associação dos Engenheiros Agrônomos de Paraguaçu Paulista, 80% das áreas de plantio do município de Cândido Mota foram afetadas pelo estresse hídrico. Mesmo assim, os Palharini estão colhendo 50 sacas/ha, o que não é tão ruim, dizem. Mas a expectativa inicial era colher 65 s/ha neste ano.

Integração

Viajando para Minas Gerais conhecemos outro exemplo em que a integração pasto-lavoura tem ajudado a fertilizar o solo para o plantio de grãos. Na propriedade de Paulo Nascimento, em Capinópolis, no Triângulo Mineiro, o esterco dos 26 mil bois mantidos ali aduba 700 hectares de milho plantados, cujos índices de produtividade são de 140 sacas/ha. Um detalhe: o milho é inteiramente usado para fabricar a ração dos animais, reduzindo em até 30% os custos com fertilizantes.

Em Uberlândia, ainda no Triângulo Mineiro, visitamos a Fazenda Pombo, que mesmo com a estiagem está tendo índices de produtividade de 68 sacas/ha, enquanto a média do estado gira em torno de 55 sc/ha. O proprietário da fazenda, Júlio Pereira Junior, conta que o investimento em tecnologia, informação e construção de um bom perfil de solo permitiram contornar o problema da falta de chuvas.

Passando para Goiás, a equipe da Expedição Safra visitou uma estação de pesquisas agrícolas que faz uma espécie de “crash test” com variedades de soja e milho, avaliando a resistência e eficiência dos grãos e sementes. Tudo para que o agricultor posteriormente saiba qual tipo usar na sua propriedade para ter o melhor resultado.

Apesar de a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) estimar uma quebra da safra em 20%, o estado deve colher entre 9,5 milhões e 10 milhões de toneladas de soja neste ano, ante os 12 milhões esperados inicialmente. Em Cachoeira Dourada, na divisa com Minas Gerais, o produtor Wagner Garcia está colhendo 50 sc/ha, quando havia colhido 78 sc/ha no ciclo anterior. Culpa da estiagem, diz ele, que levou 95% dos produtores da região a acionarem o seguro rural.

No próximo trecho da Expedição Safra 2018/2019, a equipe de jornalistas e técnicos visitará as principais regiões produtoras do Paraná, como Ponta Grossa, Londrina, Toledo, Guarapuava, Campo Mourão e Pato Branco.

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