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Durante o evento, quem passou pelo Espaço Arena do Mercado saboreou cortes especiais harmonizados com cervejas artesanais. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Durante o evento, quem passou pelo Espaço Arena do Mercado saboreou cortes especiais harmonizados com cervejas artesanais.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Picanha, filé mignon e coxão-mole. Cortes típicos da carne bovina, certo? Pode até ser, mas o que muitas pessoas podem não saber é que, do suíno, também é possível obter os mesmos cortes, com excelente qualidade.

Desmistificar, esclarecer e aproximar quem produz e quem consome foram alguns dos objetivos do evento de encerramento da Expedição Suinocultura 2017, promovido pelo Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo neste sábado (31), no Mercado Municipal de Curitiba.

O espaço costuma receber aproximadamente 15 mil pessoas por final de semana. Clientes em potencial que podem começar uma tendência: embora seja a proteína mais consumida no mundo, a carne suína ainda não é unanimidade no Brasil. Por aqui, o consumo gira em torno de 15 kg/per capita/ano, mas pode chegar a 17 kg até 2020, aumento de 15%. Na União Europeia, por exemplo, são 39 kg por habitante; e na China, 25 kg.

Durante o evento, quem passou pelo Espaço Arena do Mercado saboreou cortes especiais harmonizados com cervejas artesanais. “O crescimento do consumo e a gourmetização fazem parte de um momento fantástico. O aumento da concorrência traz mais opções e melhores preços. Mas, na verdade, é uma política em que todo mundo ganha, a indústria, o consumidor e o produtor”, reforça o coordenador da Expedição Suinocultura, Giovani Ferreira.

“O Mercado Municipal é a memória gustativa da cidade. São 140 mil pessoas que passam por aqui por semana, são consumidores formadores de opinião, promovendo o agronegócio como produto paranaense”, reforçou o secretário de abastecimento de Curitiba, Luiz Dâmaso Gusi, destacando ainda o papel da cerveja artesanal, representada pela Bier Hoff, para a economia do estado. “A região metropolitana de Curitiba está se tornando polo de cerveja artesanal e o Mercado Municipal é um importante polo para o consumidor.”

Para o chef Ricardo Filizola, que comandou a cozinha do evento, a criação de linhas com cortes suínos nobres tem contribuído para desconstruir alguns preconceitos sobre a proteína. “Estamos acostumados a comer o lombo, o pernil e a costeleta, mas hoje existem várias opções diferentes, como a picanha, o filé mignon e o coxão mole. Além disso, ela é menos gordurosa, versátil, saborosa e saudável”, salienta.

Maior do país

Atualmente, o Paraná ocupa o posto de segundo maior produtor de carne suína do Brasil, com 777 mil toneladas por ano, mas o potencial de crescimento é enorme, como frisou o secretário de agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. “Paraná é ‘cachorro-grande’ na produção de carnes, o maior do país no conjunto. E é o segundo abatedor de suínos do Brasil e nos próximos cinco ou seis anos será o primeiro produtor”, ressaltou, lembrando a inauguração do frigorífico da Frimesa, parceira da Expedição, que será o maior da América Latina e tem capacidade para gerar 3 mil empregos diretos só na primeira etapa.

“Temos todas as características para nos tornarmos o maior produtor do Brasil. Nosso produtor está preparado, temos qualidade, nossa genética conseguiu comparar gordura de fibra. Estamos prontos e preparados para atender o consumidor final”, acrescentou Jacir Dariva, presidente da Associação Paranaense de Suinocultores.

O atual Diretor-Administrativo do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti, que vai assumir a presidência do banco, destacou o papel crucial do fomento para o crescimento da atividade. “A suinocultura do Paraná nos orgulha, nos engrandece. Nos 56 anos do BRDE é difícil encontrar um produtor rural que não tenha tido um financiamento direto ou indireto do BRDE. Nos dois últimos anos, financiamos mais de R$ 4 bilhões no agronegócio do Paraná”, salientou.

Roteiro

Entre setembro e outubro deste ano, a Expedição Suinocultura visitou granjas, indústrias, cooperativas e entidades representativas do setor no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso para traçar um diagnóstico da atividade no país.

Os seis estados são responsáveis por 90% da produção de carne suína, o que equivale a mais de 2,5 milhões de toneladas da proteína por ano e 97% das exportações brasileiras, para mais de 70 países. Ao longo de mais de 16 mil quilômetros, a equipe pode acompanhar a caminhada para o crescimento do setor, após um período de crise no ano passado – causado pela escassez do principal insumo da produção, o milho.

A Expedição Suinocultura é uma iniciativa do Núcleo de Agronegócio Gazeta do Povo, que detém o know-how e a capilaridade da Expedição Safra, realizada há dez temporadas. Em sua segunda edição, a Expedição Suinocultura conta com o apoio técnico, financeiro e logístico da MSD Saúde Animal, da Boehringer Ingelheim, da Frimesa, do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e do Grupo Renault.

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