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diversificação e ampliação da linha de produção é uma das apostas da cooperativa Sananduva para ampliar mercado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
diversificação e ampliação da linha de produção é uma das apostas da cooperativa Sananduva para ampliar mercado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Em meados da década de 1930, quando Sananduva, cidadezinha ao Norte do Rio Grande do Sul, ainda era um distrito de Lagoa Vermelha, a produção de banha era o principal – para não dizer único – produto da suinocultura na época. Hoje, 83 anos depois, a carne suína é a base para mais de 100 produtos no portfólio da Cooperativa Regional Sananduva de Carne e Derivados, mais conhecida por sua marca comercial: Majestade.

O frigorífico, que é mais antigo do que o próprio município de Sananduva, viu a cidade crescer ao seu redor. E os produtos embutidos, símbolo da tradição e cultura dos imigrantes italianos, se transformou na força motriz que impulsiona a economia da região. A diversificação e ampliação da linha de produção, além da modernização da gestão, são as apostas da Majestade para se tornar mais conhecida no país e no exterior.

Atualmente, o carro-chefe da cooperativa é o salame tipo italiano, mas a empresa também produz copa, salaminho, defumados, linguiça, codeguim (espécie de salame cozido) e carne in natura, incluindo cortes especiais como o lombo e a picanha suína.

Em 2017, a cooperativa produziu 18,8 mil toneladas de carne suína, atendendo mercados como Rio Grande do Sul (54%), São Paulo (24%) e Rio de Janeiro (20%). “No Paraná, estamos entrando só agora”, diz Egídio Loregian, presidente da cooperativa, que processa 800 suínos/dia. A carne vem de 160 propriedades cooperadas, divididas entre as etapas de produção de leitões, creche e terminação.

Loregian conta que em 1992, por exemplo, o número de cooperados era de 900. A redução, segundo ele, foi por causa de uma tendência natural de mercado. “A suinocultura evoluiu bastante nesse período. Muitos produtores migraram para a agricultura e outros saíram do campo. Por outro lado, a produção cresceu”, explica.

Os suínos são produzidos em 16 municípios da região, que fornecem 80% da carne. Os outros 20% são comprados de produtores não cooperados. Do total da produção, 40% é de carnes in natura e os outros 60% são produtos processados.

Eficiência

Para continuar crescendo em meio à crise, a Majestade aposta na melhoria da sua eficiência e na busca de novos mercados para seus produtos. A empresa considera 2019 como um ano estrategicamente importante para os seus planos, com um olho no comercio exterior e outro em novos consumidores dentro do país, especialmente Paraná e Santa Catarina.

Para isso, a cooperativa está passando por mudanças de gestão, reduzindo custos e enxugando a estrutura. Além disso, está lançando uma nova logomarca e aumentando a produção de processados de valor agregado, além dos cortes nobres. Os planos de expansão também incluem aumentar o número de abates próprios e/ou fazer o processamento de carne para outras empresas, já que a planta frigorífica da cooperativa opera hoje com capacidade ociosa.

De acordo com Loregian, o setor de suinocultura do país enfrenta dois principais problemas: um é a queda da renda das famílias e, consequentemente, do consumo de carne. O outro é o aumento no custo de produção, principalmente por causa do alto preço do milho e da soja. “E você não pode repassar o preço para o consumidor, senão as vendas caem mais ainda. Por isso, o produtor e a indústria estão sentindo os efeitos”, diz.

O “efeito Rússia”, que suspendeu unilateralmente a importação de carne suína brasileira, também tem prejudicado o setor, apesar de a Majestade ainda não trabalhar com comércio exterior. Com menos empresas exportando, a competição no mercado interno ficou bem mais acirrada.

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