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aVES E SUÍNOS

Indústria reforça apelo por sanidade

Setor quer utilizar garantias sanitárias como porta para novos mercados

Última campanha de vacinação contra aftosa será concentrada em animais com até 24 meses de vida. | Antônio More / Gazeta do Povo
Última campanha de vacinação contra aftosa será concentrada em animais com até 24 meses de vida. (Foto: Antônio More / Gazeta do Povo)

As cadeias da avicultura e suinocultura reforçam os cuidados com questões sanitárias para assegurar o crescimento nas vendas do setor em 2015, sobretudo para exportação. Embalado por epidemias recentes de gripe aviária e diarreia epidêmica suína em países da Europa e América do Norte, o setor corre atrás de novos clientes ao mesmo tempo em que amplia os cuidados domésticos. O tema pautou boa parte dos debates promovidos durante a primeira edição da Feira Internacional de Produção e Processamento de Proteína Animal (Fippa), realizada na semana passada em Pinhais.

“É um momento muito delicado, há muitos problemas sanitários em importantes países fornecedores. Isso deixa o mercado brasileiro mais confortável, mas não podemos ficar expostos ao mesmo risco”, argumentou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Ele avalia que o setor pode faturar entre 3% e 4% a mais com as exportações nesse ano, puxado em grande parte pelo ganho de participação sobre novos clientes.

A preocupação se estende ao segmento de suínos, que celebra avanços como o reconhecimento internacional de Santa Catarina e Rio Grande do Sul como áreas livres da Peste Suína Clássica (PSC). Apesar disso, há cobrança por mais avanços. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes defendeu que sejam desempenhadas ações para que mais estados recebam o mesmo status, de modo a evitar desabastecimento. Nas áreas livres o fluxo de animais é restrito, e não permite a entrada de animais oriundos dos estados sem a certificação. “Outros concorrentes brasileiros no exterior conseguiram o reconhecimento em âmbito nacional, o que representa uma vantagem para eles”, diz.

Há 14 estados que buscam o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) quanto à isenção da doença, mas os critérios internacionais demandam investimentos. Daí a necessidade de apoio público, defende Lopes. A ABCS estima que com um investimento de R$ 106 milhões em dois anos é possível resolver o problema o bloco, garantindo a capacitação de técnicos e a vacinação. “É um trabalho de ‘formiguinha’, porque em muitos estados a suinocultura não tem um peso muito expressivo na economia, reduzindo o interesse por investimentos”, aponta. A ação precisa ser complementada por controle rígido das áreas remanescentes, para que não haja contaminação, argumenta.

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