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De acordo com o USDA, os Estados Unidos devem produzir 362,09 milhões de toneladas de milho. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
De acordo com o USDA, os Estados Unidos devem produzir 362,09 milhões de toneladas de milho.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O USDA, o Departamento de agricultura dos Estados Unidos, divulgou nesta quarta-feira (12) seu novo relatório de oferta e demanda mundial. O estudo traz um leve incremento para a produção norte-americana de soja e um aumento mais acentuado na colheita esperada para o milho na comparação com o que havia sido projetado em junho, mesmo com as dúvidas climáticas trazidas pela seca mais ao norte do país.

O motivo para essas altas são as revisões das áreas de plantio para a safra 2017/18 em relação ao mês passado, com 35,91 milhões de hectares para a oleaginosa (+0,14%); e 33,79 milhões de hectares para o cereal (+1,32%). De acordo com o documento, mantidas as produtividades, os Estados Unidos devem produzir 115,94 milhões de toneladas de soja, contra os 115,80 milhões de toneladas previstos no mês passado; e 362,09 milhões de toneladas de milho, quando, em junho, a expectativa era de 357,27 milhões de toneladas. Algo que já era esperado.

No entanto, para o analista da Granopar, Aldo Lobo, o que o mercado não esperava era a redução no consumo de milho por parte dos EUA. A utilização do cereal para a fabricação de ração caiu em 2 milhões de toneladas. Como as exportações não foram alteradas pelo USDA, os estoques finais da temporada 2016/17 também subiram, ficando em 60,20 milhões de toneladas – alta de 3,26% em relação ao último relatório -, bem como o estoque da temporada 2017/18 – neste caso, também por causa do aumento de produção. A previsão é de 59,06 milhões de toneladas (+10,19%). “O resultado é uma queda de 4% do milho em Chicago apenas nesta quarta-feira”, destaca Lobo.

Para a soja, a situação está bastante nebulosa. Segundo Lobo, os preços em Chicago vinham em baixa por conta da área maior dedicada à oleaginosa nos EUA para a safra 2017/18. Contudo, o atraso no plantio provocado pelo excesso de chuvas e os problemas atuais de estiagem na região norte do país têm deixado o mercado apreensivo.

“A soja começou a subir com base nos temores de perda de safra nos EUA. Existe um quadro de seca na Dakota do Norte e na Dakota do Sul. Para se ter uma ideia, são estados que correspondem a um ‘Paraná’ dos EUA, com uma produção de 15 milhões de toneladas, não é pouca coisa”, explica. As atenções se voltam para a possibilidade de a seca se expandir para o restante da região Meio-Oeste, onde está o Corn Belt, o principal cinturão produtivo dos Estados Unidos. “Ainda é uma incógnita”, completa o analista.

Para as lavouras brasileiras, o novo relatório do USDA não trouxe mudanças. Os norte-americanos preveem que o Brasil irá produzir 114 milhões de toneladas de soja e 97 milhões de toneladas de milho na temporada 2016/17; no ciclo 2017/18, a estimativa é de 107 milhões de toneladas para a oleaginosa e 95 milhões de toneladas para o cereal.

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