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 | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Com a colheita da safrinha na metade final, a expectativa era de que os embarques de milho já estivessem mais aquecidas. No entanto, além das perdas climáticas e do atraso nos trabalhos de campo provocado pelo alongamento no ciclo da soja, a incerteza com relação aos fretes têm sido uma pedra no caminho dos corredores de exportação.

De acordo com a consultoria FCStone, a ‘safrinha’ 2017/18 sofreu uma quebra de 17,8%, resultando em uma produção de 55,4 milhões de toneladas, por conta do clima seco durante a etapa de desenvolvimento das lavouras em abril e maio. A oferta mais tímida reflete em preços mais elevados.

“Entre os principais países exportadores, o Brasil possui atualmente o produto mais caro, cerca de US$8/tonelada acima da cotação na Ucrânia e US$21/tonelada acima dos Estados Unidos”, explica o Analista de Mercado da INTL FCStone, João Macedo. Além disso, a incerteza logística atual também dificulta o escoamento da safra. A primeira tabela divulgada pela ANTT, colocando um preço mínimo aos fretes rodoviários, ainda está válida, o que mantém o preço oficial dos fretes bastante elevados. “Ao contrário da soja, o milho possui margens e preços mais reduzidos, o que impede que os produtores internalizem os custos logísticos e aceitem os fretes maiores”, ressalta o analista.

O resultado é que, em julho, o Brasil exportou apenas 1,17 milhão de toneladas, o que representa um recuo de quase 50% no comparativo com o mesmo período de 2017.

A redução na colheita interferiu na disponibilidade do grãos. Contudo, segundo o mercado, os estoques de 17 milhões de toneladas que vieram da safra passada, que havia sido recorde, possibilitariam um desempenho melhor, caso o transporte estivesse normalizado.

Segundo a FC Stone, algumas negociações estão ocorrendo com fretes abaixo da tabela, porém, há os casos de desaceleração no ritmo de comercialização devido às incertezas causadas pela tabela de fretes, limitando a exportação do milho brasileiro. Para o mês de agosto, a previsão da consultoria é de que sejam embarcados 2,5 milhões de toneladas.

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