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A John Deere e a AGCO Corp, um dos principais concorrentes do ramo, alertaram sobre os impactos negativos de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China | Henry Milleo/Gazeta do Povo
A John Deere e a AGCO Corp, um dos principais concorrentes do ramo, alertaram sobre os impactos negativos de uma guerra comercial entre Estados Unidos e China| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Quando a administração Trump anunciou um pacote de subsídio de US$ 12 bilhões para agricultores, na terça-feira (24), não foram apenas os produtores de soja que celebraram. Um dos maiores fabricantes de equipamentos agrícolas, a Deere & Co (que produz os famosos tratores John Deere) também comemorou.

As ações da maior companhia do mundo de tratores do mundo chegaram a ter alta de 4,8% após o anúncio do governo em compensar os agricultores que estão deixando de exportar produtos agrícolas com a crescente tensão comercial com a China.

Saúde financeira

Os produtores norte-americanos são o maior mercado para o grupo verde e amarelo de máquinas. A medida governamental pode provocar o aumento de preços para algumas centenas de milhares de dólares, uma vez que os lucros da empresa estão intimamente ligados à saúde financeira de seus clientes.

Esses consumidores vêm enfrentando baixas no de faturamento já há alguns anos, devido ao preço das safras e das commodities no mercado internacional.

Neste ano, as ações da John Deere acumulam queda de 11%.  Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Apesar dos sinais de melhorias em 2018, com a John Deere apresentando aumento na estimativa de vendas em maio, a guerra comercial com a China é iminente, o que tornou as expectativas obscuras no campo. O país asiático seguiu seu plano de retaliação à política comercial dos Estados Unidos e sobretaxou a soja norte-americana neste mês, reduzindo os preços futuros do grão na Bolsa de Chicago.

A projeção de lucros agrícolas dos Estados Unidos já era de queda de até 12% antes mesmo do início das tensões comerciais, obrigando os produtores a emprestarem dinheiro para manterem as contas em dia. A dívida aumenta ao mesmo tempo em que a renda está reduzindo, o que significa que os agricultores devem ter ainda mais perdas em 2018, segundo informações da Reserva Federal de Kansas City.

Agricultores e tratores na expectativa

Com o anúncio do auxilio do governo, os aumenta as esperanças de que os agricultores tenham condições de honrar seus pagamentos até o fim do ano, na opinião Matt Splitter, produtor de soja, milho, trigo e sorgo. Ele possui cerca de 1.600 hectares na região central do estado do Kansas.

“Ver a administração [Trump] tomar uma atitude positiva para auxiliar os produtores em tempos difíceis é algo que nos motiva”, afirma.

Para o produtor, os agricultores estão ansiosos pelo fim das disputas comerciais, já que os gastos incluem pagamento de uso de terras, equipamentos, entre outros custos fixos - tudo isso em meio à queda nos preços das safras.

A John Deere e a AGCO Corp, um dos principais concorrentes do ramo, alertaram sobre os impactos negativos de uma guerra comercial. A AGCO afirmou que as tarifas sobre exportações e importações colocam uma pressão adicional aos produtores. Já a Deere enfatizou seu posicionamento a favor de mercados abertos e ao livre comércio.

“Encorajamos as autoridades de forma veemente a resolver o problema, para evitar incertezas para os produtores e qualquer paralisação significativa do comércio exterior agrícola”, destacou o porta-voz da Deere & Co, Ken Golden, em declaração de abril.

As ações da Deere & Co. tiveram nesta terça-feira seu maior crescimento desde 18 de maio, com fechamento de alta em 3,2%, a US$ 129,84 na Bolsa de Nova York. Neste ano, as ações acumulam queda de 11%.

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