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No período entre os dias 29 de abril e o último sábado (5), o etanol estava em R$ 2,853 nos postos brasileiros. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
No período entre os dias 29 de abril e o último sábado (5), o etanol estava em R$ 2,853 nos postos brasileiros.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Com o dólar e o preço da gasolina em alta, o momento do mercado de combustíveis é favorável ao etanol. No mês de abril, o volume importado de etanol pelo Brasil atingiu 387,436 milhões de litros, um novo recorde mensal histórico, que supera em 250% o volume do mesmo período, um ano atrás. O montante é ainda 20,4% maior do que o importado em março, de 321,7 milhões de litros, que era o recorde anterior.

Para dar conta da demanda, as usinas do centro-sul do País produzem o combustível a todo vapor e, na segunda quinzena de abril, bateram recorde de produção totalizando 1,3 bilhão de litros - uma marca superior até mesmo aos períodos do auge da safra canavieira, entre junho e agosto, de acordo com a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Foi a maior produção do combustível desde agosto de 2015, graças à priorização da fabricação do etanol em detrimento do açúcar. Na década, só três quinzenas tiveram produção nesse ritmo.

A produção recorde é explicada pelo fato de apenas 35,78% da cana que chegou às usinas ter sido usada para produzir açúcar, enquanto o restante virou etanol anidro (usado na mistura à gasolina) ou hidratado (vendido diretamente nas bombas). No mesmo período do ano passado, 43,06% da cana tinha sido usada para produzir açúcar.

As usinas também aceleraram a produção, com 37,68 milhões de toneladas moídas na segunda quinzena de abril, 55,3% mais que em 2017, quando o volume alcançou 24,26 milhões de toneladas.

Os números de produção acumulada também retratam a mudança de mix observada nesse início da safra, disse Antonio de Padua Rodrigues, diretor-técnico da Unica.

Desde o início da safra, até o último dia 30, foram esmagadas 59,84 milhões de toneladas de cana, ante as 41,95 milhões da safra anterior. A safra 2017/18 alcançou 596,31 milhões de toneladas. Isso resultou em produção de 2,24 milhões de toneladas de açúcar, 2,15 bilhões de litros de etanol hidratado e outros 566,76 milhões de litros de anidro.

A produção de hidratado é quase o dobro da safra passada.

Consumidor

Essa movimentação já se reflete nos preços dos combustíveis nos postos. Dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) mostram queda contínua desde a última semana de março.

Até a semana de 31 de março, o litro do etanol hidratado era vendido em média nos postos do país a R$ 3,048. Na semana seguinte, o valor médio caiu para R$ 3,031 e, desde então, acumula cinco quedas.

No último levantamento, no período compreendido entre os dias 29 de abril e o último sábado (5), o valor estava em R$ 2,853 nos postos brasileiros.

Abastecer com etanol é vantajoso desde que o preço seja de até 70% em comparação com o da gasolina, situação que hoje tem sido observada em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná - que juntos concentram cerca de 50% da frota brasileira de veículos leves. Em São Paulo, o índice na última semana chegou a 66,3%.

Importações

Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), nos primeiros quatro meses de 2018 o volume importado de etanol chegou a 1,033 bilhão de litros, alta de 23,6% sobre os 835,76 milhões de litros de igual quadrimestre de 2017.

Os volumes importados do biocombustível no mês passado são 5,2 vezes superiores aos exportados. Em abril, o País enviou apenas 74,1 milhões de litros de etanol ao mercado externo, segundo o MDIC. As importações nos quatro primeiros meses de 2018 superam em 3,2 vezes o total de 322,5 milhões de litros exportado pelo Brasil no período,

A balança comercial do etanol gerou um déficit de US$ 118 milhões em abril, já que as exportações movimentaram US$ 47,4 milhões no mês passado, e acumulam um rombo US$ 240,25 milhões no ano, pois as vendas externas entre janeiro e abril somaram US$ 203,8 milhões.

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