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A aposta é na safra recorde de grãos, que, conforme o Indicador Brasil da Expedição Safra, deve ultrapassar 217 milhões de toneladas, além da necessidade de renovação da frota. | Divulgação Agrishow/Ofício da Imagem
A aposta é na safra recorde de grãos, que, conforme o Indicador Brasil da Expedição Safra, deve ultrapassar 217 milhões de toneladas, além da necessidade de renovação da frota.| Foto: Divulgação Agrishow/Ofício da Imagem

O setor de máquinas agrícolas projeta um crescimento de 15% para 2017, na comparação com o ano anterior, quando a fabricação de tratores foi de 43.442 unidades e a produção total de colheitadeiras chegou a 5.759 máquinas. A aposta é na safra recorde de grãos, que, conforme o Indicador Brasil da Expedição Safra, deve ultrapassar 217 milhões de toneladas, além da necessidade de renovação da frota.

No Agrishow 2017, que reúne em Ribeirão Preto (SP) as principais empresas do segmento, o tom geral é de otimismo. Após uma largada para se esquecer em 2016, a situação começou a mudar ao apagar das luzes daquele ano. Tanto que, na comparação do primeiro trimestre de 2017 com o mesmo período do ano anterior, o crescimento no segmento de tratores foi de 50% (total de 7.919 máquinas) e o aumento na produção de colheitadeiras chegou a 30%, com 1.248 unidades fabricadas. Os dados são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Estratégia passa por lançamento e até segmentação de mercado

Em um mercado acirrado, com gigantes disputando fatias do crescimento geral, a aposta das montadoras tem sido os lançamentos. São dezenas de novos produtos nos estandes.

“Nós buscamos, sobretudo, tecnologia na colheita, com uma nova linha de equipamentos, em um ano de recorde de safra. A capacidade é maior, assim como a eficiência”, garante o gerente de marketing da New Holland para a América Latina, Eduardo Kerbauy. “E estamos também investindo em novas linhas de plantadeiras, para aumentar a eficiência, pois a janela do plantio está menor”, complementa.

Entretanto, no caso da PLA, que tem origem na Argentina, mas hoje é administrada por um fundo internacional, a estratégia maior é a segmentação. Especializada em pulverizadores, é neste equipamento que a companhia coloca suas fichas. “Na Argentina até temos plantadeiras, mas no Brasil o foco é o pulverizador. Nós mostramos que temos a linha mais completa, queremos ser conhecidos como especialistas nisso”, reforça o diretor de marketing da marca, Maximiliano Cassalha.

“Estamos num momento bastante favorável, a safra foi recorde em todos os lugares, do sul ao nordeste”, salienta o gerente da John Deere para a região Sul do país, Tangleder Lambrecht. “E o Agrishow é um termômetro para o segundo semestre, e tudo indica que vai ser bom”, complementa.

Preço das commodities

Apesar da recuperação, a queda das commodities não deixa de preocupar. Com preços considerados pouco vantajosos, produtores têm segurado mercadoria nos armazéns.

A expectativa, no entanto, é de que a necessidade no campo supere a desconfiança no mercado. “A renovação é inevitável, o produtor precisa de uma frota mais moderna, mais eficiente”, afirma o diretor de vendas da Massey Ferguson, Rodrigo Junqueira. “Hoje, nós temos um produtor mais capitalizado, com safras armazenadas, o que é um fenômeno recente. Claro, isso não reflete algumas regiões, mas na média a realidade é essa.”

“A rentabilidade do produtor é boa. Já foi melhor, é verdade. Mas continua boa. E a demanda internacional está forte”, complementa o diretor comercial da Valtra, Paulo Beraldi.

Cenário à brasileira

Para o presidente mundial da New Holland, Carlo Holambro, a recuperação do setor de máquinas na América do Sul – e principalmente no Brasil – deve, inclusive, ajudar a sustentar o mercado mundial. “Nos anos anteriores, os negócios em máquinas para a América Latina haviam sido muito baixos, enquanto a Europa, os Estados Unidos, China e Índia seguiam bem. Agora há uma inversão, prevemos um crescimento de 15% a 20% para a América Latina e o resto do mundo vai na direção contrária”, esclarece.

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