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Estimativa para a colheita de grãos no Brasil na safra deste ano deve ser recorde, segundo a Conab. A soja (foto), no entanto, apesar do aumento da área plantada deve ter produção aquém do ciclo anterior.
Estimativa para a colheita de grãos no Brasil na safra deste ano deve ser recorde, segundo a Conab. A soja (foto), no entanto, apesar do aumento da área plantada deve ter produção aquém do ciclo anterior.| Foto: Michel Willian/Gazeta do Povo

A estimativa inicial para a safra brasileira de grãos no ciclo 2018/2019 era de safra cheia, ou seja, esperava-se colher um novo recorde no volume de produção. No entanto, o clima quente e pouco chuvoso do final do ano passado prejudicou muitas lavouras e muitos estados registraram quebras de até 15% na safra de soja. No entanto, o clima mudou, literalmente. Uma nova previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgada nesta quinta-feira (11) elevou a previsão da safra de grãos para um novo recorde: 240,7 milhões de toneladas.

O principal motivo do crescimento foi o milho safrinha, cultivado na sequência da soja e que neste ano, segundo a Conab, deve produzir volume recorde – 72,4 milhões de t, um aumento de 34,2% em relação à safra passada. Como um todo, a safra de grãos esperada para este ano deve ser 5,7% maior (13 milhões de t a maior) que a do ciclo 2017/18, com um aumento de 1,9% da área plantada – 62,9 milhões de hectares. No primeiro relatório da safra de grãos, divulgado em outubro do ano passado, a previsão da Conab era de uma safra de 238,5 milhões de t no máximo. A nova estimativa, portanto, supera as expectativas iniciais.

Também na quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou um levantamento que aponta crescimento da expectativa para a safra deste ano. De acordo com o instituto, a produção de grãos vai atingir 236 milhões de t – 4,2% superior à safra passada, ou 9,5 milhões de t a mais. A expectativa é 0,6% superior à estimativa divulgada em maio último. Já o tamanho da área a ser colhido, segundo o IBGE, é de 62,8 milhões de hectares. Em janeiro deste ano, o IBGE estimava um crescimento de 3,1% na produção brasileira de grãos.

Apesar do recorde, segundo a Conab a produção de milho primeira safra e de soja este ano deve encolher. O milho primeira safra deve ficar em 26,2 milhões de t, ou seja, queda de 2,5%. Já a soja sofreu mais com a estiagem que pegou as lavouras bem nas fases de desenvolvimento vegetativo e de enchimento de grãos. As regiões Centro-Oeste e Sul (especialmente o Oeste do Paraná), que representam mais de 78% da produção da produção de grãos do país, foram bastante afetadas pela seca.

Com isso, a oleaginosa deve ter uma redução de 3,6% na produção, atingindo 115 milhões de t, mesmo tendo registrado um crescimento de 2% na área de plantio, chegando a 35,9 milhões de ha cultivados. Pelos dados do IBGE, em relação a 2018, houve aumento de 6,8% na área plantada de milho e de 2,2% na de soja. Já o arroz encolheu a área de cultivo em 10,1% .

Outro destaque positivo do levantamento da Conab é o algodão, que aumentou a produção em 32,9%. Segundo a Conab, o volume equivale a 6,7 milhões de t de algodão em caroço ou 2,7 milhões de t de algodão em pluma. A oleaginosa teve aumento de área plantada de 425,5 mil ha. O clima favorável também contribuiu para uma safra maior de feijão segunda safra (1,3 milhão de t, ou 7,1% acima da anterior) e de terceira safra, cujo plantio finalizado em meados de julho deve produzir 721,5 mil t, 17,5% superior ao ciclo passado. Já o arroz e o feijão primeira safra devem registrar queda, de 13,6% no caso do primeiro, e de 22,5% no segundo.

De acordo com o relatório da Conab, as culturas de inverno, como trigo, aveia e cevada, têm área de cultivo 2,4% menor que no ciclo anterior, mesmo com condições climáticas favoráveis neste ano. Atualmente, o plantio se estende por 1,99 milhão de há. As lavouras de trigo devem produzir 5,5 milhões de t. As demais culturas (aveia, canola, centeio, cevada e triticale), por sua vez, apresentam um leve aumento na área cultivada, passando de 546,5 mil ha para 552,2 mil ha.

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