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Plantas frigoríficas do Paraná não estão habilitadas a vender para o gigante asiático | Anta´nio More/ Gazeta Do Povo
Plantas frigoríficas do Paraná não estão habilitadas a vender para o gigante asiático| Foto: Anta´nio More/ Gazeta Do Povo

O fim do embargo chinês à carne bovina brasileira não vai impulsionar as exportações da proteína no curto prazo, mas permite projeções positivas para o futuro do setor. O diagnóstico é dado por especialistas no mercado, sob o argumento de que a demanda da nação asiática, que tem 1,3 bilhão de habitantes, ainda é pouco expressiva, embora o crescimento econômico e as mudanças nos hábitos alimentares estejam elevando o consumo. Por outro lado, o fato de apenas oito plantas industriais terem recebido autorização limita a capacidade de oferta brasileira.

A decisão da China em embargar a carne bovina do Brasil foi tomada em dezembro de 2012, quando veio à tona o caso da uma vaca morta, dois anos antes, portando o agente causador da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como a “doença da vaca louca”. O caso ocorreu em uma fazenda localizada em Sertanópolis (Norte do Paraná).

O fim do embargo foi confirmado há duas semanas, durante a reunião de cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e se aplica para oito plantas industriais. As cadeias da avicultura e suinocultura também aproveitaram o evento para tentar avançar em negociações comerciais com os quatro países.

A liberação foi comemorada pelo setor, mas de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, o baixo número de frigoríficos habilitados limita o impacto econômico da decisão. Ele explica que há outras indústrias que aguardam pela habilitação chinesa. Esse processo caminha em ritmo lento, relata. “O aumento nas exportações depende diretamente da habilitação dessas plantas industriais, mas o processo de liberação dos chineses tem se arrastado há anos”, argumenta.

O zootecnista e analista da Scot Consultoria, Alex Lopes, lembra que antes dos embargos o volume comprado pelos chineses era pequeno. “A China não era uma grande compradora de carne do Brasil, mas a população está mudando os hábitos de consumo. Sendo assim, os efeitos dessa abertura serão sentidos no longo prazo”, pontua. No último ano antes do embargo, em 2012, as exportações para a China somaram 17 mil toneladas, ou 1,4% do volume total embarcado pelo Brasil, mostram dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Paraná de fora

No caso do Paraná, o impacto chinês tende a ser ainda mais restrito no curto prazo, já que o estado não possui nenhum frigorífico apto a exportar para a China. No primeiro semestre deste ano, o estado conseguiu elevar em 28% o volume e em 47% a renda com as exportações bovinas, mas os números foram puxados pela reabertura de outro mercado: o russo. Os abatedouros Astra, de Cruzeiro D´Oeste, e VPR, de Colorado, receberam a liberação em fevereiro deste ano e, juntos, planejam escoar 17 mil toneladas da proteína até o final do ano. “A habilitação de duas plantas do estado ajudou bastante e gerou esse aumento”, pontua Salazar.

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