As consequências do bloqueio das rodovias em virtude dos protestos de caminhoneiros começam a ganhar maior proporção, prejudicando mais elos da cadeia produtiva do agronegócio. Depois de eliminar pintainhos e parar a operação em frigoríficos, a cadeia da avicultura precisa lidar com aves que estão morrendo de fome nas granjas por falta de ração.
O produtor Carlos Vallini, de Jataizinho (Norte) vive um quadro de desespero. Ele conta que deveria ter enviado há três dias 64 mil aves para um frigorífico em Rolândia, a 50 quilômetros, mas o bloqueio está limitando o fluxo. “Não há como trazer ração e nem como encaminhar os frangos para o abate. Mais de mil aves já morreram de fome”, revela. Em média os animais consomem 4 mil quilos de alimento por dia, mas os estoques da fazenda se esgotaram. “A avicultura é minha única atividade, não tenho outra alternativa de renda. Estou tendo que tomar calmante para me acalmar”, diz.
Além do prejuízo, o produtor lamenta o efeito sobre o bem-estar dos animais. “A gente gasta R$ 500 mil em um aviário, dá tudo do bom e do melhor para os frangos e eles agora estão sendo maltratados, contra a minha vontade, por causa desse protesto. Fico indignado com isso”, reclama.
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