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Como resultado de uma aposta no potencial da produção brasileira de carnes, Pinhais sediará em março de 2014 uma nova feira dedicada ao setor de proteína animal. A Tecno Food Brazil planeja sua primeira edição buscando status internacional e tem foco no segmento agroindustrial. À frente do evento está Rubens Zago, profissional que atou por mais de 25 anos na gestão de frigoríficos e hoje é sócio da Labema, indústria voltada à suinocultura com sede no Rio Grande do Sul. Na entrevista a seguir ele explica quais os principais desafios do setor, e como a feira pode contribuir para resolvê-los:

A feira vai ocorrer daqui a quase um ano. Como está a viabilidade do projeto?

Estamos trabalhando com um conceito de baixo custo, no qual as empresas não vão ter que investir tanto. Quase 50% dos espaços já estão reservados e contratados e calculamos que até setembro todos os espaços estejam vendidos. Estamos trabalhando com um público de 8 a 10 mil participantes, mas ainda é prematuro falar em faturamento. Escolhemos o Paraná pois o estado é o epicentro de região produtora de proteína animal, que começa em São Paulo e vai até o Rio Grande do Sul. O estado é líder na produção de frango e está bem posicionado na produção de leite e suínos.

Qual a justificativa para a criação de um novo evento voltado a esse setor?

Queremos fazer uma feira diferenciada, que tenha máquinas, demonstrações e ao mesmo tempo promova a instrução e educação. Sentimos a necessidade de se criar uma sinergia maior na cadeia produtiva, que ainda é muito desunida. O objetivo é mostrar quais são as principais tendências, e como elas se adaptam a realidade brasileira. Hoje é muito difícil para um frigorífico pequeno ou médio ir buscar tecnologias no exterior. Se isso for exposto aqui, fica muito mais fácil, encurta distâncias.

Qual é o público-alvo?

Não queremos atrair só os grandes, pois eles conseguem acessar as novas tecnologias sozinhos. Vai haver discussões que interessam aos três níveis. Dentre os expositores haverá fabricantes de máquinas para desossa, industrialização, logística, entre outras. Ou seja, tudo que engloba a operação de um frigorífico. O público será formado por estudantes, professores, proprietários e gestores de empresas ligadas a cadeia da carne. Pela nossa experiência, sabemos o que os dois lados precisam e vamos tentar conciliar isso.

Quais são os principais desafios da cadeia da carne hoje?

A avicultura e bovinocultura brasileira estão bem, em níveis mundiais de consumo. Temos que evoluir na suinocultura, que ainda tem um consumo muito baixo. Enquanto em alguns países o índice per capita chega a 80 quilos, mas no Brasil o consumo é apenas 14 quilos. Há um espaço enorme para crescer. Além disso, é preciso avançar em termos de qualidade da carcaça e na parte de segurança alimentar, principalmente em relação aos países importadores. Também é preciso qualificar nossas indústrias em termos de produtividade. Isso reduz os custos e aumenta a eficiência.

Alguns setores ainda se recuperam de um cenário de crise. Isso não limita o crescimento do setor?

No ano passado o maior vilão da crise foram os custos dos grãos, que subiram muito. Por outro lado, parte dessa crise ocorreu porque perdemos alguns mercados como a Rússia. E existem muitos outros que nem sequer foram abertos. O Japão é o maior consumidor de carne suína do mundo, e o Brasil não vende uma grama sequer para o país. Também não vendemos para outros mercados com potencial, como México e Estados Unidos. Para crescermos não podemos ter indústrias obsoletas. É preciso ter custos de produção semelhantes ao resto do mundo.

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