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Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o governo está mais preocupado com o mercado externo e não está dando explicações ao consumidor brasileiro. | MARCOS CORREA/PR
Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o governo está mais preocupado com o mercado externo e não está dando explicações ao consumidor brasileiro.| Foto: MARCOS CORREA/PR

Os representantes do setor pecuário que se reuniram com o presidente Michel Temer neste domingo, 17, pediram que a população seja esclarecida sobre o que consideram pequeno alcance das irregularidades descobertas pela Operação Carne Fraca no setor.

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Martins, defendeu a punição de frigoríficos e fiscais envolvidos nas irregularidades apontadas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca. Após reunião com o presidente, ministros e representantes do setor pecuário, Martins voltou a dizer que os produtores são vítimas, mas ressaltou que o Brasil tem uma boa defesa sanitária.

“Temos mais de 4 mil unidades de abate no Brasil e isso aconteceu em 3 unidades. Temos um dos melhores sistemas de fiscalização do mundo”, afirmou. “A população precisa ter certeza que está consumindo carne com a inspeção perfeita e de melhor qualidade possível”, afirmou.

Para o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, o governo está mais preocupado com o mercado externo e não está dando explicações ao consumidor brasileiro. Ele também ressaltou que foram apenas três frigoríficos fechados e que a grande maioria não tem problema. “As pessoas não querem mais comprar carne. Falta explicação para todos”, afirmou. Ele ressaltou que os mercados para a carne brasileira foram conquistados com dificuldades e que podem não querer mais comprar o produto.

De acordo com Martins, o presidente Temer listou as medidas que já foram tomadas, como a punição de 32 fiscais e fechamento de três unidades. “Ele foi bem claro e disse que vão penalizar aqueles que queiram denegrir a imagem do Brasil”, acrescentou.

Martins demonstrou preocupação com o impacto que a crise aberta pela operação terá no preço do boi e disse que os frigoríficos poderão usar de “má fé” para dizer que houve queda no preço por fechamento de mercados internacionais, o que, segundo ele, ainda não ocorreu. “Só vamos saber a especulação com o preço do boi quando o mercado abrir”, completou. Ele acrescentou que ainda não é possível estimar os prejuízos que a operação trará para o setor.

Mais cedo, antes da reunião, Martins chegou a dizer que houve exagero e pirotecnia na Operação da Polícia Federal. Após o encontro, porém, ele ponderou que, quando se fala em segurança alimentar, todo exagero é pouco. “Não cabe a mim achar que a Polícia Federal exagerou ou não. Quando se fala de segurança alimentar, eles têm que ser extremamente rigorosos”, completou. Também participaram da reunião o ministro interino da Justiça e Cidadania, Davi Levi, e o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello.

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