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São Paulo, assim como outras regiões brasileiras, finalizaram nesta semana a primeira fase da campanha de vacinação | Antônio More / G
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São Paulo, assim como outras regiões brasileiras, finalizaram nesta semana a primeira fase da campanha de vacinação| Foto: Antônio More / G azeta do Povo

O último caso confirmado de febre aftosa no Estado de São Paulo ocorreu em março de 1996. Na época, a doença levou ao fechamento de fronteiras comerciais e a prejuízos milionários para a cadeia produtiva. Atualmente, sem registrar nenhum foco há duas décadas e com o status sanitário restabelecido - de área livre de aftosa, com vacinação -, a preocupação do governo estadual é não deixar que pecuaristas esqueçam o estrago que a doença pode provocar para o setor. E continuem vacinando. “Há no mercado hoje muitas pessoas que não passaram por isso (pela crise da ocorrência da doença). Assim, temos uma preocupação em lembrar qual pode ser o impacto”, afirmou ao Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado, o coordenador do Programa Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, Hugo Riani.

São Paulo, assim como outras regiões brasileiras, finalizaram nesta semana a primeira fase da campanha de vacinação. O objetivo é imunizar todos os bovídeos e bubalinos de até 2 anos. Para isso, os produtores deverão comprovar a vacinação até 7 de junho, de forma online ou presencial, nos Escritórios de Defesa Agropecuária. A segunda fase terá início em novembro, e contemplará animais de todas as idades. Segundo Riani, até o momento, a adesão está de acordo com o registrado no ano passado, embora tenha crescido a procura pelas declarações online.

A valorização do dólar ante o real, registrada desde o segundo semestre de 2015, teve pouco efeito no valor da vacina - custeada pelo criador -, segundo Riani. Como boa parte do produto é feita no Brasil, o custo da aplicação por animal se manteve entre R$ 1,50 e R$ 2.

Segundo o coordenador, atualmente o risco de reincidência da doença em São Paulo está na entrada de animais vivos e de carne com osso contaminados. “O Brasil tem uma divisa seca muito grande e, por isso, acompanhamos de perto a situação dos países vizinhos”, afirmou. Além do exterior, a defesa agropecuária também acompanha os outros Estados brasileiros. Entre 2005 e 2006, com a ocorrência da doença em Mato Grosso do Sul e no Paraná, São Paulo perdeu US$ 1 bilhão com exportações, segundo o governo paulista.

O acompanhamento dos vizinhos é feito também para o planejamento na busca pelo status de região livre de aftosa sem vacinação, na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). “Atualmente, há um estudo sendo feito em conjunto, pela USP e pelo Ministério da Agricultura”, afirmou Riani. Recentemente, o Paraná também começou a discutir a possibilidade de se tornar livre de aftosa, sem vacinação. Segundo Riani, não seria vantajoso para São Paulo conseguir esta garantia sozinho. “A partir do momento em que tiver este status, o Estado não vai poder mais receber animais de outras regiões”, afirmou. Isso prejudicaria a cadeia produtiva, já que a pecuária paulista depende de animais (recria, engorda e abate) de outras áreas do País.

Atualmente, o único Estado brasileiro que é reconhecidamente livre de aftosa sem vacinação é Santa Catarina.

No âmbito nacional, o Ministério da Agricultura pretende imunizar cerca de 170 milhões de bovinos e bubalinos contra a doença. A vacinação é obrigatória para todos os animais, independentemente da idade, no Distrito Federal e nos Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.

Nos Acre, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia e São Paulo, os produtores vão vacinar apenas animais com idade até 24 meses. Em Roraima, deverá ser realizada a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino. Em Mato Grosso do Sul, o trabalho deve ser concluído até 15 de junho.

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