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Novilha já está há pelo menos três meses integrada a uma manada de 50 bisões | Reprodução/
Novilha já está há pelo menos três meses integrada a uma manada de 50 bisões| Foto: Reprodução/

Ela foi vista pela primeira vez pelo biólogo Adam Zbyryt, que estranhou um animal marrom claro no meio da manada escura de bisões. No início, Zbyryt pensou se tratar de uma mutação, mas uma olhada pelo binóculo tirou qualquer dúvida: uma vaca da raça Limousin experimentava dias de vida selvagem ao lado dos ‘primos’ de outra espécie no Parque Nacional Bialowieza, no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Bielorússia.

Isso foi em novembro, quando especialistas concluíram que a vaca provavelmente voltaria às pastagens de onde tinha fugido, assim que o inverno aumentasse seu rigor. Mas na semana passada foi a vez do biólogo Rafal Kowalczyk se deparar com a novilha serelepe, ainda saudável e seguindo o rebanho dos primos. E o auge do inverno já passou.

Pelagem densa da novilha, e inverno mais suave no leste da Polônia, contribuíram para a sobrevivência da novilhaRreprodução

Kowalczyk, que é diretor do Instituto de Pesquisa de Mamíferos da Academia Polonesa de Ciências, disse à estação local TVN24 que pela primeira vez testemunha uma vaca vivendo com bisões. “Ela não está muito integrada ao grupo, já que os bisões costumam formar uma manada bem fechada e ela anda pelas beiradas”. Mas, em depoimento à BBC, o biólogo disse acreditar que os bisões provavelmente a salvaram do ataque de lobos, que vagueiam pela floresta de Bialowieza durante todo o inverno.

Apesar de aparentemente fora de perigo, a vaca representa uma ameaça aos bisões - segundo Kowalczyk - porque um eventual acasalamento poderia gerar híbridos que enfraqueceriam a já vulnerável população de 600 animais da floresta de Bialowieza. Além disso, se ela emprenhar, colocará a própria vida em risco, visto que “bezerros híbridos são enormes, e a mãe pode não resistir ao parto”.

O fato é que a aventura da novilha rebelde, que vagueia livremente com bisões e desafia o destino de terminar os dias num frigorífico, faz enorme sucesso na página do Facebook do biólogo.

Companhia dos bisões pode ter ajudado a prevenir o ataque de lobosReprodução

Joyce Thompson, americana de Illinois, escreveu: “Algum santuário de animais já se ofereceu para adotá-la? Ela merece uma vida feliz, ao lado dos de sua própria espécie, segura e acolhida, com pasto abundante e livre do frigorífico”. Outra internauta, Virginia Cameron, disse que ela “poderia ser esterilizada para, assim, continuar a viver com os bisões”.

As autoridades polonesas, no entanto, já fazem planos para resgatar a jovem fujona antes do início da primavera. Só não falaram ainda qual deverá ser seu destino.

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